Presidente argentino critica ‘pseudo-democracia’ da Venezuela
Mauricio Macri indicou o populismo como o principal inimigo venezuelano, mas pediu "tempo" para Donald Trump, nos Estados Unidos
O presidente da Argentina, o conservador Mauricio Macri, afirmou que a Venezuela é apenas uma “pseudo-democracia” e atacou os “populismos”, em entrevista concedida a imprensa da Espanha, antes de sua viagem ao país. “Basta de eufemismos, a Venezuela não é uma democracia”, declarou o argentino neste sábado.
“Há uma pseudo Suprema Corte. Os direitos humanos não são respeitados”, comentou Macri, em alusão ao país liderado por Nicolás Maduro. Na quinta-feira, o tribunal venezuelano confirmou a sentença de 14 anos de prisão para Leopoldo Lopez, figura da oposição nacional. “O governo anterior estava à beira da ‘chavizar’ a Argentina e tivemos que lutar muito para evitar isso”, disse Macri.
Para o argentino, o principal inimigo da Venezuela é o “populismo”, descrito com uma metáfora: “O populismo é como um pai que convida toda a sua família para a Europa para hotéis cinco estrelas e, quando eles retornam, o pai liquidou a casa (… ). É viver um momento maravilhoso para depois perceber que quebrou o país e ficou sem reservas e sem infraestruturas”, afirmou, segundo o jornal El Mundo. Sobre o populismo do americano Donald Trump, porém, o conservador de mostrou mais brando: “Temos que lhe dar tempo, como disse o Papa”.
O ex-empresário argentino, que completou no dia 10 de dezembro um ano de um mandato difícil, especialmente em matéria econômica, invoca regularmente o legado “catastrófico” de 12 anos de presidência de Néstor (2003-2007) e Cristina Kirchner (2007-2015), marcada por um alinhamento diplomático com Lula e Dilma Rousseff, no Brasil, e com a Venezuela de Hugo Chávez.
(Com AFP)