Premiê de Israel fala em ‘pausas curtas’ na guerra em Gaza pela 1ª vez
Sob pressão dos EUA, Netanyahu admite possibilidade da suspensão dos ataques para entrada de ajuda humanitária, mas volta a descartar cessar-fogo
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sugeriu pela primeira vez nesta terça-feira, 7, que seu governo pode atender aos apelos por pausas humanitárias na guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas, na Faixa de Gaza. Os comentários ocorrem em meio a uma crescente pressão de um importante aliado, os Estados Unidos, por breves interrupções nos combates, de forma a permitir que ajuda humanitária circule pelo território palestino.
“Na medida do possível, pausas curtas – uma hora aqui, uma hora ali –, já as tivemos antes. Verificaremos as circunstâncias para permitir a entrada de suprimentos humanitários ou a saída dos nossos reféns, reféns individuais”, afirmou Netanyahu em entrevista à emissora americana ABC News.
Anteriormente, o premiê israelense havia condicionado quaisquer pausas nos combates à libertação dos reféns na Faixa de Gaza. O Hamas libertou quatro de seus cativos, duas americanas (mãe e filha) e duas israelenses idosas, enquanto um quinto (uma militar israelense) foi resgatada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI).
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Netanyahu indicou que só concordaria com um cessar-fogo se o Hamas libertasse todos os cerca de 240 reféns detidos em Gaza.
“Haveria um cessar-fogo para esse fim, e estamos esperando que isso aconteça”, disse ele, acrescentando que tem informações sobre onde as pessoas sequestradas estão presas, sem dar mais detalhes.
Netanyahu rejeitou as sugestões de que havia rusgas entre ele e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em relação à guerra, dizendo que concordava com o pedido da Casa Branca para que a ajuda humanitária entrasse em Gaza e estava coordenando o assunto com Washington.
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Ele disse ter conversado por telefone com Biden na segunda-feira 6. Um porta-voz da Casa Branca comunicou que os dois líderes discutiram o potencial para pausas humanitárias na guerra. Os Estados Unidos, como Israel, não apoiam um cessar-fogo mais permanente porque acreditam que a medida beneficiaria o Hamas.
Ainda assim, o primeiro-ministro enfatizou que não daria ao Hamas a oportunidade de ameaçar soldados das FDI como resultado da ajuda à Faixa.
Ele também disse que Israel faria o que pudesse para limitar as vítimas civis, mas avisou que nem sempre terá sucesso, devido ao uso da população pelo grupo terrorista como “escudos humanos”.