Por US$75 milhões, superiate de bilionário russo vai a leilão em Gibraltar
Com 72,6 metros de comprimento, embarcação tem seis cabines, piscina, jacuzzi, um cinema 3D, além de um espaço para jet skis e equipamentos de mergulho
Um superiate avaliado em 75 milhões de dólares e ligado a um bilionário russo sancionado pelo Ocidente por conexões com Moscou foi à leilão nesta terça-feira, 23, em Gibraltar. A venda é a primeira do gênero desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
O barco, chamado de Axioama, recebeu permissão para entrar em Gibraltar e então foi tomado por autoridades do Reino Unido no território marítimo em março, depois de o banco americano JP Morgan afirmar que o suposto dono, Dmitry Pumpyansky, havia negado termos de um empréstimo de 20 milhões de dólares.
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Com 72,6 metros de comprimento, a luxuosa embarcação tem seis cabines, uma piscina, uma jacuzzi, um spa, um cinema 3D, além de um espaço para jet skis e equipamentos de mergulho com cilindro. Colocado em leilão pela Corte do Almirantado de Gibraltar, o barco ficou listado por apenas um dia, com ofertas enviadas eletronicamente até esta terça-feira, disse um porta-voz do tribunal à agência de notícias Reuters.
Segundo Nigel Hollyer, corretor do tribunal que lidou o leilão, houve um “aumento inesperado de possíveis compradores” de todo o mundo, e mais de 30 deles viajaram a Gibraltar para inspecionar o barco pessoalmente.
Em abril, a Alemanha apreendeu o maior superiate do mundo depois determinar que ele é da irmã do oligarca russo Alisher Usmanov. A propriedade do Dilbar, avaliado em US$ 600 milhões (R$ 2,8 bilhões), estava escondida por uma complexa rede de “ocultação offshore”.
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Logo após a invasão da Rússia à Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e a União Europeia impuseram duras sanções econômicas contra o sistema financeiro e as transações comerciais com a Rússia, reservando um conjunto especial de restrições para mais de trinta bilionários russos que circulam e investem suas fortunas no Ocidente.
Nas primeiras duas semanas, as medidas de congelamentos de bens, empresas e ativos financeiros já haviam custado aos chamados “oligarcas” mais de US$ 80 bilhões, ou um terço de sua riqueza combinada.
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Extremamente influentes nas decisões políticas da Rússia, o grupo de ricaços construiu seu império a partir de privilégios obtidos durante a onda de privatizações que se seguiu ao fim do regime comunista, em 1991. Atualmente, vários deles são membros do alto escalão do governo e desempenham funções estratégicas.