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Por que Macron e Putin estavam tão distantes durante reunião sobre Ucrânia

Durante todo o encontro, cada líder sentou em uma extremidade de uma imponente mesa branca com de cerca de seis metros, gerando especulações e memes

Por Matheus Deccache Atualizado em 11 fev 2022, 16h06 - Publicado em 11 fev 2022, 16h05

O presidente francês, Emmanuel Macron, se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, na última segunda-feira (7) para discutir sobre a crise envolvendo a Ucrânia e o distanciamento entre ambos chamou a atenção. Durante toda a reunião, cada um sentou em uma extremidade de uma imponente mesa branca com de cerca de seis metros. 

A ideia, no entanto, tem um motivo. De acordo com o Palácio do Eliseu, residência oficial do presidente francês, o Kremlin pediu para que Macron realizasse um teste de Covid-19, pedido que foi negado por ele. Segundo a mídia francesa, o chefe de Estado não queria que os russos tivessem acesso ao seu DNA.

Durante o encontro, que durou mais de cinco horas, Macron tentou argumentar contra o aumento de tropas russas na fronteira com a Ucrânia e buscou aplacar as queixas de segurança da Rússia, que exige que os ucranianos jamais façam parte da Otan, principal aliança militar ocidental. Além disso, a organização deveria diminuir o número de militares no leste europeu. 

No entanto, para além do conteúdo da reunião, o tamanho da mesa e a distância entre ambos foi um dos pontos mais falados, rendendo uma onda de comentários e memes na internet. 

“O lado francês julgou que as condições que permitiam uma menor distância entre os presidentes não eram aceitáveis e por isso escolheu outra alternativa proposta pelo protocolo russo”, disse o porta-voz do governo francês. 

Sobre os rumores de que Macron não queria que o Kremlin tivesse acesso ao DNA, o funcionário do Palácio se limitou a dizer que “não iria alimentar fantasias particulares”. Ele completou, no entanto, que havia preocupações sobre quem faria os testes, como seriam feitos e em que horários.

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“O nosso presidente tem médicos que definem as regras do que é ou não aceitável em termos de protocolos de saúde relacionados a ele”, acrescentou. 

O governo russo confirmou que os franceses não estavam dispostos a cumprir os protocolos de teste da Covid-19, que levaria a um ambiente mais íntimo. 

“Em algumas situações, Putin se encontra com seus convidados sentados muito próximos uns dos outros e até apertam as mãos”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que confirmou ainda que Macron se recusou a realizar o teste. 

“Isso se deve ao fato de alguns líderes seguirem suas próprias regras e não interagirem com o lado anfitrião no compartilhamento de testes. Tratamos isso com compreensão, esta é uma prática global normal, mas, neste caso, há um protocolo de medidas adicionais para proteger a saúde de nosso presidente e também de nossos convidados, aplicando-se uma distância maior”, completou. 

Enquanto tenta reeleição na França, Macron tenta assumir o papel da ex-chanceler alemã Angela Merkel como principal mediador da Europa.

Atualmente ocupando a posição de presidente rotativo da União Europeia, o líder francês também se reuniu nesta semana com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky e conversou por telefone com o presidente americano, Joe Biden. Além disso, ele viajou até Berlim para se reunir com os líderes Andrzej Duda, da Polônia, e Olaf Scholz, da Alemanha. 

O governo russo é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que uma adesão terá consequências graves. A Aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados da Otan e pela Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira com a Ucrânia para preparar um ataque.

Putin afirmou ainda que uma eventual adesão do país vizinho à Aliança é uma ameaça não apenas à Rússia, mas também a todos os países do mundo. Segundo ele, uma Ucrânia fortalecida pela aliança com o ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado entre a Rússia e a Otan. 

Na última segunda, o presidente russo que “não haverá vencedores” no caso de uma guerra do país com a Aliança. De sua parte, o mandatário afirmou que “faremos tudo para encontrar compromissos que satisfaçam todos”.

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“Se uma guerra eclodir, não haverá vencedores. Eles nem terão tempo para piscar os olhos”, declarou Putin durante uma entrevista coletiva no Kremlin, citando arsenal nuclear.

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