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Por que americanos continuam aprovando Trump por sua gestão da economia

Apesar da maior contração dos EUA e de milhões de desempregados pela pandemia, aprovação de Trump supera as de Obama, Bush filho e Bush pai

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 15h34 - Publicado em 24 ago 2020, 17h12

Nos Estados Unidos, a pandemia de coronavírus causou a maior contração em 73 anos, desde que o governo começou a manter registros, encolhendo a uma taxa anual de 32,9% entre abril e junho. O declínio é três vezes maior do que o recorde anterior de 10%, estabelecido em 1958.

Além disso, a recuperação econômica não parece iminente. Cinco meses após o início da pandemia no país, empregadores continuam a despedir trabalhadores, enquanto outros permanecem relutantes em contratar. Na semana passada, 1,1 milhão de americanos fizeram pedidos de auxílio-desemprego, sendo que 30 milhões de pessoas já recebem algum tipo de benefício.

Apesar dos indicadores, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que concorre à reeleição em novembro, continua sendo bem avaliado por sua gestão econômica entre eleitores. 

A crise causada pela Covid-19 fez com que a aprovação do republicano no âmbito da economia caísse de 63% em janeiro para 47% em junho, segundo a empresa de pesquisas de opinião Gallup. Ainda assim, o número é superior aos dos ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e George Bush quando concorreram à reeleição após seus respectivos mandatos.

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Os apoiadores de Trump não apenas celebram sua gestão econômica pré-pandemia, mas também não o culpam pelos danos causados pelo coronavírus. Segundo o jornal americano The New York Times, o fenômeno ocorre porque o presidente construiu uma marca forte entre eleitores conservadores, que continuam a vê-lo como um bem sucedido homem de negócios e um duro negociador – dono do império imobiliário que leva seu sobrenome, é impossível esquecê-lo em The Apprentice, reality show em que executivos competem por uma posição em uma de suas empresas.

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Políticas de comércio exterior populistas, como impostos sobre importações da China que supostamente “recuperaram empregos americanos na manufatura”, agradam apoiadores tradicionais. O governo Trump também ganhou força na área econômica devido à recuperação de 9 milhões de postos de trabalho em maio, junho e julho, após 20 milhões de empregos perdidos em março e abril devido ao fechamento de empresas.

É benéfico à reeleição do republicano que menos eleitores do republicano tenham ficado desempregados, já que negros e latinos, tradicionalmente apoiadores do Partido Democrata, foram mais afetados pelos danos do coronavírus. De acordo com o Grupo de Inovação Econômica, de Washington, pequenos negócios em estados rurais que apoiaram Trump em 2016 sofreram menos que aqueles em estados historicamente democratas. 

O contexto de polarização extrema nos Estados Unidos também favorece o presidente, já que suscita um apoio quase incondicional entre os eleitores do Partido Republicano. Segundo a empresa de pesquisas online Survey Monkey, em levantamento encomendado pelo Times, oito em cada dez republicanos que perderam seus empregos devido à pandemia continuam aprovando Trump.

Apesar da recuperação econômica estar desacelerando, a mesma pesquisa aponta que dois em cada cinco republicanos dizem que “o vírus estará sob controle e a economia estará forte ou melhorando consistentemente” até o fim de outubro. A polarização indica que o presidente, independentemente dos números, é relacionado a eleitores republicanos ao sucesso da economia.

Por outro lado, uma pesquisa recente da emissora ABC e do jornal The Washington Post observou que, entre os eleitores registrados que reconheceram que a economia está ruim, 70% declararam que irão apoiar o adversário de Trump, o democrata Joe Biden.

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Só que Biden está longe de brilhar na área econômica: uma outra pesquisa, publicada nesta semana pela emissora NBC News e pelo jornal The Wall Street Journal, mostra o republicano à sua frente no quesito economia. Um levantamento feito pela agência de notícias Reuters mostra os dois empatados, revelando que, mesmo com o coronavírus, eleitores não descartam Trump na disputa de quem lidará melhor com a economia.

Segundo o Times, a aprovação do presidente dos Estados Unidos na economia ainda pode cair, caso a recuperação do país fique estagnada até setembro e os danos financeiros aumentem. Não por acaso, depois que o auxílio emergencial semanal de 600 dólares para desempregados expirou no final de julho, Trump contornou o Congresso para fornecer um benefício semelhante de 300 dólares, retirado de fundos federais para desastres.

Na quinta-feira passada, menos de um quarto dos estados haviam sido aprovados para o programa, e apenas o Arizona o colocou em ação.

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