Por dentro da Casa Branca: o impactante depoimento de Cassidy Hutchinson
Comissão mista da Câmara dos Estados Unidos investiga se houve ligação direta de Donald Trump com a invasão do Congresso
Impacto — eis o propósito das audiências públicas que vem realizando a comissão mista da Câmara dos Estados Unidos que investiga se houve ligação direta de Donald Trump com a invasão do Congresso por uma turba radical em 6 de janeiro de 2021. E foi, de fato, impactante o depoimento dado por Cassidy Hutchinson, 26 anos, assistente do chefe de gabinete de Trump, Mark Meadows — e, portanto, testemunha ocular e colega de trabalho da cúpula da Casa Branca. Hutchinson contou que o presidente foi informado de que havia gente armada a caminho do comício que deu início à insurreição e não ligou a mínima — pelo contrário, queria porque queria que se removessem os detectores de metais, “porque ninguém vai me machucar”. Descrevendo em detalhes o comportamento birrento e agressivo de Trump, disse que entrou na sala de almoço e viu a parede suja de ketchup — ele havia jogado o prato, furioso, ao saber que seu ministro da Justiça, William Barr, declarara à imprensa não ter havido fraude na votação. Também lhe foi relatado que o chefe, dentro do carro presidencial que o levava para a Casa Branca depois do comício, alegando questão de segurança, tentou tomar o volante e desviar para o Capitólio, gritando “Eu sou a p* do presidente”. O depoimento foi considerado altamente incriminatório, alimentando as esperanças da comissão de que o Departamento de Justiça abra inquérito contra Donald Trump. A reação trumpista, por sua rede social, foi a esperada: “Tudo mentira”.
Publicado em VEJA de 6 de julho de 2022, edição nº 2796