A população muçulmana poderá triplicar na Europa até 2050, em contraste com a própria população europeia, que tende a diminuir. A conclusão é do relatório “Europe’s Growing Muslim Population”, conduzido pelo Pew Research Center, com sede em Washington, nos Estados Unidos.
Em 2016, os muçulmanos correspondiam a 4,9% da população europeia, cerca de 25,6 milhões de pessoas. Em 2010, os dados giravam em torno de 19,5 milhões ao longo de 30 países. O aumento se deu principalmente a partir de 2014, com meio milhão de imigrantes chegando ao continente anualmente, fugindo principalmente de conflitos na Síria, Iraque e Afeganistão.
O estudo considerou três cenários: zero imigração, média imigração (em que o fluxo de refugiados pararia, mantendo-se apenas os migrantes por outros motivos) e alta imigração. Em todos eles a população muçulmana continua em crescimento, mas nos cenários de média e alta imigração esse aumento corresponde a mais que o dobro do número atual.
No cenário de zero imigração, a população tende a crescer de 4,9% para 7,4% no continente. O maior crescimento seria na França de 8,8% para 12,7%. O país ficaria atrás apenas do Chipre que já concentra uma alta população muçulmana, cerca de 25,4%.
Já no cenário de imigração média, que é apontado como o cenário mais provável, a Suécia teria o maior crescimento, com 20,5%. Seguida pelo Reino Unido que aumentaria de 6,3% para 16,7% e Finlândia, de 2,7% para 11,4%. O crescimento total seria de 11,2%
Se o fluxo de imigração continuar como está atualmente, os muçulmanos da Suécia podem crescer para até 30,6%, seguida por Noruega com 17% e Finlândia com 15%. No continente, o aumento seria de 14%.
O relatório também aponta uma grande diferença entre o crescimento da população do oeste e do leste europeu. Praticamente todos os países do leste verão o crescimento, enquanto no leste apenas Grécia e Hungria assistem a alguma mudança nos números desta população.
População mais fértil e jovem
O cenário de crescimento mesmo se todas as fronteiras da Europa fossem fechadas é explicado pela alta taxa de natalidade e também pela juventude dos muçulmanos, concluiu o relatório. O estudo apontou que muçulmanos têm mais filhos do que outras religiões e até não religiosos. A fertilidade de muçulmanos na Europa é de 2,6 filhos, contra 1,6 de não muçulmanos.
Eles também são mais jovens. A proporção de muçulmanos com 15 anos é de 27%, enquanto a de não muçulmanos é de 15%.
Na contramão, a população europeia não muçulmana tende a diminuir de 2016 a 2050 em cada um dos três cenários analisados.