Pequim: envio de destróier dos EUA ao mar da China é ‘provocação’
Operação de navio de guerra americano em arredores de área contestada pelo governo chinês foi classificada como "ameaça à soberania"
Um navio de guerra da Marinha dos Estados Unidos navegou nesta terça-feira perto de ilhas do Mar do Sul da China reivindicadas por Pequim, disseram três autoridades americanas à agência de notícias Reuters. A ação provocou protestos em Pequim, em um momento em que Donald Trump corteja a ajuda chinesa para conter os programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte. O presidente americano fará sua primeira visita à Ásia em novembro, com a China inclusa no roteiro.
Oficiais americanos, que falaram sob condição de anonimato, disseram que o Chafee, um destróier de mísseis teleguiados, realizou operações de manobra normais que desafiaram “reivindicações marítimas excessivas” perto das Ilhas Paracelso, situadas entre uma série de ilhotas, recifes e bancos da areia disputados pela China com seus vizinhos. A operação foi a tentativa mais recente de contraposição ao que Washington vê como esforços de Pequim para limitar a liberdade de navegação em águas consideradas estratégicas.
O Ministério da Defesa chinês disse nesta quarta-feira que um navio de guerra, dois caças e um helicóptero foram enviados para afastar a embarcação dos Estados Unidos, acrescentando que o país violou a soberania e a segurança da China com sua “provocação”. “Exigimos que o lado norte-americano adote seriamente medidas para corrigir seus erros”, declarou o gabinete, que promete fortalecer ainda mais suas defesas naval e aérea.
Em comunicado a jornalistas em Pequim, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying, informou que seu país apresentou “queixas severas” aos Estados Unidos e reiterou que as Ilhas Paracelso são território chinês. “A China continuará a adotar medidas resolutas para proteger a soberania territorial e os interesses marítimos chineses”, anunciou.
Península coreana
Na noite de terça-feira, dois aviões da Força Aérea americana sobrevoaram a Península Coreana no que, segundo as Forças Armadas da Coreia do Sul, foi parte de um exercício para impulsionar a defesa militar e também uma forma de demonstrar a aliança entre Estados Unidos e Coreia do Sul. A ação acontece em meio às tensões provocadas pela escalada retórica entre Washington e Coreia do Norte, cujo regime busca expandir seu programa balístico e nuclear.
Dois bombardeiros decolaram da base americana na ilha de Guam e entraram no espaço aéreo sul-coreano, onde realizaram exercícios nas águas da costa leste do país. As aeronave depois voaram para águas entre a Coreia do Sul e a China para repetir o exercício, disseram os militares da Coreia do Sul.
(Com Reuters)