Pedido de extradição de turco opositor de Erdogan é adiado para agosto
Relator do caso no Supremo, ministro Edson Fachin, espera por análise da PGR. Há cerca de outros 300 turcos exilados no Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou nesta segunda-feira, 24, o julgamento do pedido de extradição do turco Ali Sipahi, residente no Brasil desde 2016. Previsto para esta terça, 25, a pauta foi remanejada para a sessão do dia 6 de agosto. O relator do caso, ministro Edson Fachin, foi quem definiu a mudança. O adiamento pode estar relacionado à pendência da análise da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Sipahi é acusado pelo governo de Recep Tayyip Erdogan por terrorismo, ao ser associado ao movimento turco Hizmet. Erdogan acusou o movimento de tramar o golpe de estado fracassado em 2016, que tentou tirá-lo do poder.
Em abril, Sipahi foi preso preventivamente pelo governo brasileiro após a Turquia pedir sua extradição. Depois de um mês detido na Polícia Federal, o turco naturalizado brasileiro foi mandado para casa com tornozeleira eletrônica, e não tem permissão para sair de São Paulo até que o pedido de extradição seja julgado por completo.
Há cerca de 300 turcos exilados atualmente no Brasil, vindos após perseguições posteriores à tentativa de golpe em 2016. Segundo o Hizmet, ao menos dez pedidos de extradição foram protocolados pelo governo turco junto ao Ministério da Justiça brasileiro. O resultado do julgamento do caso de Ali Sipahi no STF pode indicar uma tendência para os demais casos.
Foi o próprio STF que revogou a prisão preventiva de Sipahi em maio. No início de junho, a Comissão de Direitos Humanos do Senado apresentou uma petição contra a extradição.