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Após suspeita de bomba, Louvre aguarda festa de Macron

A escolha do local para a celebração de Macron teria sido feita à imagem e semelhança de sua proposta 'nem de esquerda, nem de direita'

Por Gabriel Brust, de Paris
Atualizado em 7 Maio 2017, 11h24 - Publicado em 7 Maio 2017, 10h57

Os milhares de visitantes que tentavam acessar o pátio do Museu do Louvre na manhã deste domingo encontravam um local sitiado. O ponto turístico mais visitado de Paris está cercado para receber o discurso vitorioso de Emmanuel Macron após o resultado da eleição, tendo a icônica pirâmide de vidro como fundo. A reunião de Marine Le Pen será em um local menos pretensioso, um restaurante em Vincennes, na periferia leste da capital.

O número de pessoas que cada um dos dois locais pode receber já dá uma ideia das perspectivas de vitória de ambos os lados. Enquanto a área cercada do pátio do Louvre pode receber até 10.000 pessoas, o restaurante Chalet du Lac, onde Marine deve fazer seu discurso, tem capacidade para não mais de 1.400 visitantes. Em caso de vitória da Frente Nacional, a multidão poderá se reunir no parque Bois de Vincennes, que fica ao lado do restaurante.

A escolha do local para a celebração de Macron teria sido feita à imagem e semelhança de sua proposta “nem de esquerda, nem de direita”. A área central onde está o Louvre não é considerada QG nem republicano nem socialista. Uma festa da direita se daria na região oeste de Paris, ao redor da Torre Eiffel, área rica partir da Praça de Concórdia, onde Nicolas Sarkozy celebrou a vitória de 2007.

Já a parte oeste da cidade, principalmente a região da Bastilha, é tradicionalmente o enclave socialista da cidade, onde sindicatos e militantes de esquerda em geral costumam se reunir – e onde foram comemorar a vitória de François Hollande em 2012.

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O Museu do Louvre mantém sua visitação normal, através das entradas subterrâneas, mas não pelo pátio, seu acesso principal. Nesta manhã, os turistas que tentavam acessar a pirâmide de vidro construída pelo governo Mitterrand em 1988 tiverem de se contentar com fotos tiradas a uma distância de cerca de 300 metros e sob a chuva, que cai desde a noite de sábado sobre a capital francesa.

O dispositivo de segurança colocado em prática para garantir uma festa sem incidentes é o equivalente ao mobilizado para a final da Euro 2016, com revista rigorosa de quem acessa a área cercada e estruturas para evitar ataques com veículos, como o que ocorreu em Nice.

Suspeita de bomba

Ao redor das 13h deste domingo, cerca de 300 jornalistas que estavam dentro da área do evento foram retirados pela polícia, por medida de precaução. Segundo o porta-voz da campanha de Macron, foi encontrada uma ”mala suspeita”, mas não há mais detalhes sobre o conteúdo do objeto. Às 14h30 todos foram autorizados a retornar ao local. Segundo a polícia, tudo não passou de uma ”verificação”, mas não foi detectado nenhum perigo real.

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Mau tempo e abstenção

O mau tempo na capital se repete em grande parte do país, o que, somado ao feriado de segunda-feira, aumenta a preocupação com a abstenção. Ao meio-dia (horário local), o índice de participação era de 28,3% — estável em relação ao primeiro turno. Embora muitos franceses tenham aproveitado o feriadão do Dia do Armistício para viajar, o número de procurações para o voto também foi alto. Muitos se programaram para deixar autorizações a familiares para que votem em seu lugar, o que é permitido na França.

Neste sábado, até mesmo o astronauta francês Thomas Pesquet, que se encontra neste momento na Estação Espacial Internacional, revelou, em entrevista direto do espaço, que deixou uma procuração para poder participar da eleição e incentivou os franceses a irem às urnas. A mobilização contra a abstenção é considerada fundamental pela campanha de Macron para assegurar a vitória.

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