Partido governista vence na Angola e se aproxima de 50 anos no poder
Movimento Popular de Libertação de Angola governa o país desde sua independência para Portugal em 1975
O presidente de Angola, João Lourenço, foi reeleito para o segundo mandato nesta segunda-feira, 29, após vencer uma das eleições mais acirradas da história do país, confirmou a comissão eleitoral do país. Lourenço e seu partido, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) tiveram 51,17% dos votos da semana passada.
A vitória prolonga a série de 47 anos do MPLA e surge em meio a um crescente desencanto com o partido e a situação no país, número que foi refletido nas urnas: apenas 6,4 milhões dos 14 milhões que se inscreveram para votar de fato compareceram.
A principal sigla da oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), liderada por Adalberto Costa Junior, ficou com 43,95% dos votos. Apesar da disputa acirrada, especialistas angolanos apontaram que uma derrota do MPLA era muito improvável, mesmo com Costa Junior tendo se mostrado um candidato carismático principalmente entre os mais jovens, que mais sofrem com o desemprego.
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O partido de Lourenço governa o país desde sua independência de Portugal, em 1975, motivo pelo qual seu adversário atribuiu a grande maioria dos problemas à sigla. Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África e se desdobrou para se tornar um dos principais atores econômicos do continente após 27 anos de guerra civil.
No entanto, a vasta riqueza petrolífera do país não chega a muitos de seus cidadãos empobrecidos. Lourenço, que ocupa a presidência desde 2017, foi o sucessor escolhido a dedo do ex-presidente José Eduardo dos Santos, que esteve no cargo por 38 anos e se tornou extremamente rico junto com sua família.