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Parlamento de Portugal rejeita orçamento e governo deve ser derrubado

Decisão sobre convocação de novas eleições está agora nas mãos do presidente Marcelo Rebelo de Sousa

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 out 2021, 15h38

O Parlamento de Portugal não aprovou nesta quarta-feira, 27, o orçamento do premiê socialista António Costa para o ano de 2022. Com a derrota do projeto, abre-se caminho para a dissolução do governo e a convocação de novas eleições.

O Partido Socialista tem 108 dos 230 assentos no Parlamento e, para conseguir aprovação, precisava que ao menos outros oito parlamentares se abstenham ou votem a favor na quarta-feira, já que não possui maioria absoluta. Entretanto, dois partidos que fazem parte da coalizão do governo, o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda, votaram contra a proposta de Costa.

Entre as reivindicações das legendas estão um aumento do salário mínimo e alterações na lei trabalhista. Os dois também acusam o governo de não fazer o suficiente para aumentar o poder de compra dos portugueses e melhorar serviços públicos.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa já havia alertado que convocaria eleições antecipadas caso o orçamento fosse rejeitado. Após a decisão do Parlamento desta quarta, ele convocou para 3 de novembro uma “reunião especial” do Conselho de Estado, passo obrigatória no processo de dissolução do governo atual.

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Nos próximos dias o presidente deve se reunir com o presidente do Parlamento, o primeiro-ministro e os líderes dos principais partidos para discutir a situação. Caso de fato ocorra a dissolução, haverá um longo processo de formalidades e, na prática, os portugueses não devem ir às urnas antes de janeiro do ano que vem.

A atual coalizão que governa Portugal é uma aliança de três siglas cujas ideias são em geral classificadas como de extrema-esquerda no contexto europeu — o Partido Comunista Português (PCP), o Bloco de Esquerda e o partido Os Verdes – em torno do premiê do Partido Socialista. A aliança foi apelidada de Geringonça e passou a governar o país em 2015.

Em 2019, porém, Costa rompeu a aliança para gozar de mais liberdade em suas decisões e decidiu então negociar caso a caso aprovação de leis em Portugal. Com um governo minoritário, o premiê agora paga o preço pela sua decisão.

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