Paramilitares reivindicam tomada do palácio presidencial no Sudão
Em nota, Itamaraty disse acompanhar caso com 'preocupação', informa que há 15 brasileiros no país e pede pelo fim dos combates
O principal grupo paramilitar do Sudão, as Forças de Apoio Rápido (FAR), reivindica a tomada do Palácio Presidencial, a residência do chefe do Exército e o aeroporto internacional de Cartum, a capital do país, neste sábado, 15. A ação é uma aparente tentativa de golpe, e militares sudaneses informaram que estão revidando aos ataques.
As Forças de Apoio Rápido, que acusaram o Exército de atacá-los primeiro, também disseram ter tomado outros dois aeroportos do Sudão. Os confrontos ainda estavam ocorrendo na sede da TV estatal do Sudão, segundo relatou um âncora que apareceu brevemente na tela.
Testemunhas relataram tiros em diversos cantos de Cartum e também em cidades vizinhas. Há relatos de canhões e veículos blindados nas ruas da capital. De acordo com médicos locais, os confrontos ocorreram em bairros residenciais e pelo menos três civis foram mortos.
Em nota, o Itamaraty informou que o governo brasileiro acompanha o caso com “preocupação” e “exorta as partes à contenção e à cessação imediata dos combates”. O órgão ressaltou que a comunidade brasileira no Sudão é composta por 15 pessoas, com as quais a embaixada localizada em Cartum vem mantendo contato.
Conflito civil – O temor principal é o de que um grande confronto entre os paramilitares e o Exército mergulhe o Sudão em um conflito civil generalizado, enquanto o país luta contra o colapso econômico e a violência tribal.
O embaixador dos Estados Unidos no Sudão, John Godfrey, disse que a escalada das tensões para o combate direto é “extremamente perigosa”. Ele e a equipe da embaixada estavam abrigados no local.
(Com Agência Reuters)