Para economizar energia, Paris começa a apagar Torre Eiffel mais cedo
Em resposta às preocupações com gastos de energia e corte de gás russo, a "Cidade das Luzes" não brilhará na mesma intensidade
A Torre Eiffel, icônico símbolo de Paris, terá suas luzes desligadas uma hora mais cedo a partir desta terça-feira, 13, em uma medida que visa atender à meta do presidente Emmanuel Macron de reduzir em 10% o consumo de energia por parte da indústria, das autoridades municipais e das famílias.
A mudança, anunciada pela prefeita Anne Hidalgo, se soma a outras novidades dentro a capital francesa. A temperatura da água em piscinas públicas municipais passará de 26° para 25° e, a partir do dia 23 de setembro, a iluminação nos prédios públicos será desligada às 22h e o aquecimento dos prédios será reduzido para 18°.
Atualmente, a Torre Eiffel é iluminada até 1h da manhã por um sistema de iluminação que a deixa dourada. A cada hora, quando acesa à noite, ela pisca graças a 20.000 lâmpadas. Com as luzes apagadas às 23h45, como dita a nova medida, haveria uma redução de 4% no consumo de energia, sem grandes prejuízos ao público.
A medida se dá em meio às preocupações em toda Europa com o consumo de energia e o armazenamento de gás para se preparar para o inverno. Com a guerra na Ucrânia, os preços dispararam e o monopólio estatal de gás russo Gazprom interrompeu a principal linha de gás para a Europa até que sanções contra a Rússia sejam derrubadas.
+Londres e Paris travam uma briga das boas na cultura
Embora a “Cidade das Luzes” brilhe menos, ela não depende fortemente do gás russo quanto seus vizinhos, como a Alemanha , onde o gás russo supria 60% das necessidades energéticas, de longe o maior cliente de Moscou na Europa. Mesmo assim, a França enfrenta um número recorde de interrupções de reatores nucleares, o que a força a importar energia quando normalmente seria um exportador. Esta mudança exacerba a pressão sobre os mercados de energia do país.
Sem as mudanças, previsões indicavam que a conta de energia da capital francesa atingiria 90 milhões de euros neste ano, 35 milhões a mais do que o habitual, mesmo com contratos de eletricidade e gás de longo prazo que protegem as autoridades de aumentos exorbitantes de custos.
Quando o assunto é a Torre Eiffel, o brilho do icônico monumento não é o único fator que ameaça o ponto turístico dos apaixonados. A construção da torre não está nas melhores condições, de acordo com relatórios confidenciais vazados e divulgados pela revista francesa Marianne.
De acordo com a publicação, a torre “está em mau estado e cheia de ferrugem” e, ao invés de uma necessária reforma completa para os Jogos Olímpicos de 2024, estão sendo feitos apenas pequenos reparos.