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Paquistão diz que responderá a ataque indiano

Governo de Islamabad nega que bombardeio tenha causado danos; fonte de Nova Délhi afirma que 300 militantes morreram

Por Da redação
26 fev 2019, 09h11

O Paquistão afirmou nesta terça-feira, 26, que responderá ao bombardeio da Índia em parte de seu território na Caxemira. O ataque aéreo teve como objetivo destruir o maior campo de treinamento do grupo terrorista Jaesh-e-Mohammed (JeM), segundo o governo indiano.

Islamabad, contudo, negou que as bombas tenham atingido o campo terrorista e afirmou que os ataques não causaram vítimas ou danos a infraestruturas.

O ataque elevou dramaticamente as tensões entre os dois países, que têm armas nucleares e que já travaram três guerras entre si.

Em comunicado, o Comitê de Segurança Nacional do Paquistão, que inclui as principais autoridades do país como o primeiro-ministro, Imran Khan, e o comandante do Exército, Javed Bajwa, informou que rejeita “enfaticamente a alegação indiana de que atingiu um alegado campo terrorista perto de Balakot e a alegação de várias baixas”.

O órgão disse ainda que Khan vai “se envolver com a liderança global para expor a irresponsável política indiana”. Também alertou que “o Paquistão responderá no momento e local de sua escolha” à agressão indiana.

O ataque

O bombardeio foi realizado na madrugada desta terça e, segundo o secretário das Relações Exteriores indiano, Vijay Keshav Gokhale, eliminou um “número significativo de terroristas”.

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Uma autoridade do governo da Índia afirmou em anonimato à agência de notícias Reuters que 300 militantes teriam morrido no bombardeio.

O porta-voz do gabinete de comunicação do Exército paquistanês, o major-general Asif Ghafoor, contudo, garantiu que nenhuma estrutura foi danificada e nenhuma vítima foi registrada.

“Após uma resposta efetiva da Força Aérea do Paquistão (caças indianos) descarregaram uma carga enquanto escapavam, que caiu em Balakot”, na Caxemira sob controle do Paquistão, disse em sua conta no Twitter. O porta-voz compartilhou fotos na rede social que mostravam uma cratera e aparentes destroços de uma bomba.

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O objetivo da ação indiana foi atingir o campo de treinamento do grupo terrorista Jaesh-e-Mohammed, que assumiu a autoria de um atentado suicida de 14 de fevereiro, que matou mais de 40 policiais paramilitares indianos na Caxemira.

Nova Délhi, que acusou o Paquistão de apoiar o terrorismo após o ataque, anunciou sua intenção de isolá-lo diplomaticamente e aumentou os impostos sobre as importações paquistanesas em 200%.

Além disso, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, deu carta branca para a resposta do Exército do seu país e desde então a ameaça de uma possível resposta militar da Índia contra o Paquistão estava no ar.

Tensão regional

A Caxemira é reivindicada por Índia e Paquistão desde o fim da colonização britânica em 1947 e está dividida entre os dois países.

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Em 1949, tentando resolver o impasse, a Organização das Nações Unidas (ONU) cedeu um terço da Caxemira aos paquistaneses e dois terços aos indianos. Desde então, a Índia enfrenta os desafios de tutelar uma região de maioria muçulmana, culturalmente isolada no país, o que criou movimentos separatistas já no fim dos anos 1980.

De acordo com analistas, a Índia mantém 500.000 soldados mobilizados em sua região, o que faz desta uma das zonas mais militarizadas do mundo.

O atentado de 14 de fevereiro aconteceu em um momento delicado para o governo do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, com o país a ponto de organizar eleições legislativas entre abril e maio.

Grupo que assumiu a ação, o Jaesh-e-Mohammad foi fundado pelo religioso radicalizado Masood Azhar em 2000 e realiza ataques em território indiano desde então, incluindo o atentado de 2001 contra o Parlamento de Nova Délhi.

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Eles foram considerados uma organização terrorista pela Índia, Reino Unido, Estados Unidos e Nações Unidas e foram oficialmente banidos do Paquistão em 2002. Apesar disso, Azhar continua livre e o Paquistão nega os pedidos de extradição feitos pela Índia contra ele, alegando falta de provas.

(Com Reuters)

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