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Paquistão convoca embaixador na Índia após acusações de apoio a terrorismo

Ao menos sete pessoas morreram em confrontos entre militares e rebeldes na Caxemira indiana, após atentado na semana passada

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h55 - Publicado em 18 fev 2019, 11h08

O Paquistão convocou para consultas seu embaixador em Nova Délhi após as ameaças da Índia de tentar isolar diplomaticamente o governo do país por seu suposto envolvimento no atentado na Caxemira indiana, no qual morreram 42 policiais.

“Chamamos outra vez nosso alto comissário (embaixador) na Índia para consultas”, afirmou o porta-voz do Ministério de assuntos Exteriores do país, Mohammed Faiçal, na sua conta do Twitter nesta segunda-feira, 18.

O porta-voz não deu mais informações e só disse que o embaixador Sohail Mahmood havia viajado “esta manhã”.

A histórica tensão entre as duas nações aumentou nos últimos dias depois que a Índia acusou o Paquistão de apoiar o grupo terrorista que na quinta-feira 14 matou 42 soldados em um atentado com bomba contra a Força Central de Polícia de Reserva (CRPF), o pior ataque na região em 30 anos.

Após o atentado, reivindicado pelo grupo terrorista Jaesh-e-Mohammad (JeM), Nova Délhi anunciou que tomará “todas as medidas diplomáticas possíveis” para isolar Islamabad da comunidade internacional.

O ministro de Finanças indiano, Arun Jaitley, anunciou, além disso, que seu país retirou do Paquistão o status econômico de “nação mais favorecida” e que aumentou as taxas das importações paquistanesas para 200%.

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O governo paquistanês negou a acusação da Índia de apoiar o grupo insurgente, algo que segundo sua opinião, o governo indiano fez “sem realizar investigações”.

Novos confrontos

Ao menos sete pessoas morreram nesta segunda na Caxemira indiana durante uma operação militar em resposta ao atentado da semana passada.

As forças indianas iniciaram a operação contra um suposto esconderijo rebelde no distrito de Pulwama, local do atentado, 30 km ao sul de Srinagar, capital do estado de Jammu e Caxemira, no vale da Caxemira.

Quatro soldados, dois rebeldes e um civil morreram nos confrontos. Um soldado e um civil ficaram gravemente feridos. Alguns rebeldes conseguiram escapar da operação.

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No domingo 17, manifestantes em Nova Délhi queimaram cartazes com imagens de autoridades paquistaneses e do grupo JeM. Em várias cidades do país foram registradas agressões contra pessoas procedentes da Caxemira.

A cidade de Jammu, na parte sul da Caxemira, zona de maioria hindu, vivia nesta segunda-feira o quarto dia de toque de recolher. Após o atentado foram registrados ataques e incêndios em propriedades de muçulmanos da Caxemira.

Para restringir a circulação de informações, o serviço de internet móvel foi interrompido no estado de Jammu e Caxemira.

Esta região do Himalaia é reivindicada por Índia e Paquistão desde o fim da colonização britânica em 1947 e está dividida entre os dois países.

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Em 1949, tentando resolver o impasse, a Organização das Nações Unidas (ONU) cedeu um terço da Caxemira aos paquistaneses e dois terços aos indianos. Desde então, a Índia enfrenta os desafios de tutelar uma região de maioria muçulmana, culturalmente isolada no país, o que criou movimentos separatistas já no fim dos anos 1980.

De acordo com analistas, a Índia mantém 500.000 soldados mobilizados em sua região, o que faz desta uma das zonas mais militarizadas do mundo.

O atentado da semana passada aconteceu em um momento delicado para o governo do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, com o país a ponto de organizar eleições legislativas entre abril e maio.

Grupo que assumiu a ação, o Jaesh-e-Mohammad foi fundado pelo religioso radicalizado Masood Azhar em 2000 e realiza ataques em território indiano desde então, incluindo o atentado de 2001 contra o Parlamento de Nova Délhi.

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Eles foram considerados uma organização terrorista pela Índia, Reino Unido, Estados Unidos e Nações Unidas e foram oficialmente banidos do Paquistão em 2002. Apesar disso, Azhar continua livre e Islamabad nega os pedidos de extradição feitos pela Índia contra ele, alegando falta de provas.

(Com EFE e AFP)

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