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Papa Francisco: ‘culpar imigrante pelo problema do país é inaceitável’

Pontífice propõe a adoção das oito 'Beatitudes do Político", um guia de comportamento e de metas para o servidores eleitos

Por Da Redação
Atualizado em 18 dez 2018, 18h58 - Publicado em 18 dez 2018, 16h33

O papa Francisco criticou nesta terça-feira, 18, os líderes nacionalistas que culpam os imigrantes pelos problemas de seus países e estimulam a desconfiança na sociedade para aprovar políticas racistas e xenofóbicas. Sua mensagem estará no centro da celebração do Dia Mundial da Paz, em 1° de janeiro, e será enviada a chefes de Estado e a organizações internacionais.

A mensagem papal chega em um momento no qual a imigração é uma das questões mais controversas em países como os Estados Unidos, a Itália, a Alemanha e a Hungria. Francisco já trocou farpas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e com o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, em defesa dos direitos dos imigrantes.

“Discursos políticos que tendem a atribuir todo o mal aos imigrantes e a privar os pobres de esperança são inaceitáveis”, declarou o papa Francisco, com o cuidado de não citar países nem líderes. Ele afirmou que os tempos atuais estão “marcados por um clima de desconfiança enraizado no medo dos outros ou de estrangeiros, ou na angústia a respeito da própria segurança”.

Na semana passada, o papa elogiou a assinatura do primeiro Pacto Global das Nações Unidas para a Migração, que define objetivos para os países lidarem com a migração. A negociação do acordo exigiu esforço de várias nações reunidas no Marrocos. Porém, países como os Estados Unidos, Itália, Hungria e Polônia não enviaram suas delegações. No Brasil, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou que vai retirar o país do pacto em 2019.

Francisco disse ser triste que a desconfiança “também seja vista no plano político, em atitudes de rejeição ou formas de nacionalismo que criam dúvidas sobre a fraternidade de que nosso mundo globalizado tem tanta necessidade”.

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O papa ainda denunciou uma lista de “costumes” de políticos que, em sua avaliação, minam a autêntica democracia e desonram a vida pública por meio de várias formas de corrupção. Entre eles, o desvio de recursos públicos, o lucro desonesto, a xenofobia, o racismo, a falta de preocupação com o meio ambiente e a pilhagem de recursos naturais.

Francisco propôs as oito “Beatitudes do Político”, formuladas primeiramente pelo falecido cardeal vietnamita François-Xavier Nguyen Van Thuan, como um guia de comportamento para aqueles que ocupam cargos públicos. A cartilha estabelece metas para os políticos que, entre outras qualidades, deveriam ter uma compreensão profunda de seu papel, exemplificar pessoalmente a credibilidade, trabalhar pelo bem comum e realizar mudanças radicais.

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