Papa expressa preocupação com repressão à liberdade da Igreja na Nicarágua
Forte repressão do governo de Daniel Ortega prendeu cerca de 14 padres, dois seminaristas e um bispo nos últimos dias
Durante a tradicional benção do Angelus de Ano Novo na segunda-feira, 1, o papa Francisco expressou preocupação com a situação de membros da Igreja Católica na Nicarágua. Uma repressão protagonizada pelo governo do presidente Daniel Ortega já deteve clérigos, expulsou missionários, limitou celebrações religiosas e fechou estações de rádio católicas.
“Estou acompanhando com preocupação o que está acontecendo na Nicarágua, onde bispos e padres foram privados de sua liberdade”, disse Francisco aos fiéis amontoados na Praça São Pedro.
Ele manifestou a sua “proximidade na oração a eles, às suas famílias e a toda a Igreja do país” e apelou a todos os católicos a “rezarem insistentemente” para encontrar “um caminho de diálogo para superar as dificuldades”.
“Vamos rezar pela Nicarágua hoje”, concluiu Francisco, que ainda falou em encontrar “um caminho de diálogo para superar as dificuldades”.
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Cerca de 14 padres, dois seminaristas e um bispo foram presos nos últimos dias no país, de acordo com a rede Vaticano News. Isso levou a principal figura da Igreja na Nicarágua, o cardeal Leopoldo Brenes, a expressar apoio “às famílias e comunidades que estão sem seus sacerdotes neste momento.”
Desde 2018, a Igreja Católica na Nicarágua sofreu mais de 770 ataques, prisões, expropriações e assédio, incluindo “impedimentos a procissões, orações, missas em cemitérios”, assim como mensagens de ódio, afirmou ao New York Times a advogada Martha Patricia Molina, autora do estudo “Nicarágua: Uma Igreja Perseguida?”.
O Vaticano fechou as portas da sua embaixada no país em março de 2023, após o governo nicaraguense propor uma suspensão das relações com a Santa Sé. O embaixador do Vaticano foi forçado a sair um ano antes.