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Palestinos fogem da Cidade de Gaza sob ameaça de ofensiva de Netanyahu

Famílias deixaram áreas orientais, alvo de bombardeios incessantes, rumo ao oeste ou ao sul, também devastados pelos ataques israelenses

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 ago 2025, 10h01

Famílias palestinas têm fugido da Cidade de Gaza para tentar escapar do plano do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de tomar controle do maior aglomerado urbano do enclave, informou a agência de notícias Reuters nesta segunda-feira, 18. Na última semana, as forças israelenses lançaram uma nova ofensiva por ar e por terra para conquistar a cidade, de forma a reduzir casas a escombros em um contexto de grave crise humanitária. Mais de 61 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023.

“O povo da Cidade de Gaza é como alguém que recebeu uma sentença de morte e está aguardando a execução”, disse Tamer Burai, um empresário da Cidade de Gaza, à Reuters através de um aplicativo de mensagens. “Estou mudando meus pais e minha família para o sul hoje ou amanhã. Não posso arriscar perder nenhum deles caso haja uma invasão surpresa.”

Vários palestinos deixaram as áreas orientais da Cidade de Gaza, alvo de bombardeios incessantes, rumo ao oeste ou ao sul, também devastados pelos ataques das tropas de Netanyahu. Em meio à escalada de violência, o exército israelense anunciou no sábado, 16, que preparava tendas e equipamentos de abrigos antes de realocar a população das zonas de combate para o sul. Não há informações, contudo, sobre quanto tempo levará para as estruturas serem montadas ou quantas tendas serão disponibilizadas.

O economista palestino Mohammad Abu Jayyab estimou à Reuters que seriam necessárias 100 mil novas barracas para abrigar os moradores da Cidade de Gaza, caso Netanyahu implemente o plano e obrigue a evacuação da população local. Ele destacou que “as tendas existentes onde as pessoas vivem estão desgastadas e não protegem as pessoas da água da chuva” e que o cenário se agrava ” devido às restrições (israelenses) à ajuda nas travessias (da fronteira)“.

“Algumas pessoas aprenderam com experiências anteriores e não querem ser pegas de surpresa. Além disso, algumas acham que é melhor se mudar mais cedo para encontrar um espaço”, acrescentou Abu Jayyab.

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Netanyahu dobra aposta

Na última terça-feira, 12, em uma entrevista à TV, Netanyahu reiterou a ideia – também aventada com entusiasmo pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – de que os palestinos deveriam simplesmente deixar o território que abriga mais de 2 milhões de pessoas após quase dois anos de conflito. Ele sugeriu que a população poderia ser deslocada para países vizinhos, que rejeitam a ideia por considerarem uma forma de limpeza étnica.

“Eles não estão sendo expulsos, eles terão permissão para sair”, disse ele ao canal de televisão israelense i24NEWS. “Todos aqueles que se preocupam com os palestinos e dizem que querem ajudá-los devem abrir seus portões e parar de nos dar sermão.”

Um dia mais tarde, o Exército israelense anunciou que o chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, aprovou o “conceito principal” de um plano para uma ofensiva renovada na Faixa de Gaza. O gabinete de segurança de Bibi deu sinal verde, na semana passada, para os planos de tomar o controle da Cidade de Gaza. A decisão foi recebida com críticas de líderes mundiais, organizações humanitárias e da oposição israelense. O ex-premiê Yair Lapid classificou a medida como um “desastre”, afirmando que ela vai contra as recomendações de autoridades militares e de segurança e põe em risco a vida de reféns ainda em cativeiro no enclave.

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Proposta de cessar-fogo

A fuga dos civis acontece em meio a negociações para uma trégua. A delegação do Hamas que está no Egito, um dos principais mediadores das negociações para encerrar a guerra em Gaza, recebeu nesta segunda uma nova proposta de cessar-fogo, informou a agência de notícias AFP. O plano inclui o fim temporário das hostilidades e a libertação, em duas etapas, dos reféns israelenses ainda em cativeiro, segundo uma autoridade palestina.

“A proposta é um contrato-quadro para lançar negociações sobre um cessar-fogo permanente”, disse a autoridade à AFP sob condição de anonimato, acrescentando que “o Hamas realizará consultas internas” e com líderes de outras facções palestinas para revisar a proposta.

Uma fonte da Jihad Islâmica, outro grupo terrorista que luta em Gaza, disse à AFP que o plano envolve um “acordo de cessar-fogo com duração de 60 dias, durante os quais 10 reféns israelenses seriam devolvidos vivos, juntamente com vários corpos”.

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Dos 251 reféns sequestrados durante o ataque liderado pelo Hamas contra comunidades do sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra, 49 ainda estão em Gaza. Deles, cerca de 20 ainda estariam com vida, segundo os militares israelenses. O episódio deixou 1.200 mortos, em sua maioria civis.

De acordo com a fonte da Jihad Islâmica, os cativos restantes seriam libertados em uma segunda fase. A etapa incluiria negociações imediatas para um acordo mais amplo para o fim permanente da guerra, com garantias internacionais para Gaza. Segundo a AFP, a fonte acrescentou que “todas as facções apoiam o que foi apresentado” pelos mediadores egípcios e do Catar.

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