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Otan faz convite formal a Finlândia e Suécia para entrarem na aliança

Secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que aliança está 'pronta para tentar fazer esse processo de ratificação acontecer o mais rápido possível'

Por Amanda Péchy
Atualizado em 29 jun 2022, 10h18 - Publicado em 29 jun 2022, 10h08

Nesta quarta-feira, 29, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) convidou formalmente a Suécia e a Finlândia para se juntarem à aliança militar liderada pelos Estados Unidos, de acordo com um comunicado dos chefes de Estado e de governo da Otan.

“Hoje, decidimos convidar a Finlândia e a Suécia a se tornarem membros da Otan e concordamos em assinar os Protocolos de Adesão”, disse o comunicado.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que, após o convite, “precisamos de um processo de ratificação em 30 parlamentos; isso sempre leva algum tempo, mas também espero que seja rápido porque os aliados estão prontos para tentar fazer esse processo de ratificação acontecer o mais rápido possível.”

A decisão foi possível depois que a Turquia concordou em apoiar a adesão conjunta de Finlândia e Suécia à Otan. Até a última segunda-feira 27, o governo da Turquia disse que estaria disposto a bloquear os pedidos de Suécia e Finlândia, a menos que recebesse garantias satisfatórias de que as nações estariam dispostas a abordar o que considera apoio aos grupos curdos que são designados como organizações terroristas pelo país.

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Quando a invasão se concretizou, tanto Finlândia quanto Suécia seguiam firmes na aversão a integrar a Otan e provocar Moscou desnecessariamente.

+ Os efeitos do pedido da Finlândia e da Suécia para entrar na Otan

No lado finlandês, contava para a manutenção do status quo a indigesta relação histórica entre os dois países: a Finlândia integrou o Império Russo até 1917, lutou duas vezes contra as forças soviéticas durante a II Guerra Mundial, acabou cedendo 10% de seu território e assinou com a URSS em 1948 um tratado de “amizade, cooperação e assistência mútua” que a isolou militarmente da Europa Ocidental — concessão que ficou conhecida como “finlandização”.

Em janeiro, quando as tropas russas já se movimentavam na direção da Ucrânia, Sanna Marin, primeira-ministra finlandesa, declarou ser “muito improvável” que seu país aderisse à Otan.

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O chefe das Forças Armadas do país, Timo Kivinen, também já declarou que os finlandeses ofereceriam resistência a uma ofensiva russa, assim como a Ucrânia“A Ucrânia tem sido osso duro de roer (para a Rússia), e a Finlândia será também”, disse em entrevista à agência de notícias Reuters.

No caso sueco, a política externa do pós-guerra apontou seu foco para o diálogo multilateral e o desarmamento nuclear, e a neutralidade se tornou um princípio ideológico. A invasão russa transformou a estratégia. “Há um antes e um depois de 24 de fevereiro. O cenário de segurança mudou completamente”, declarou a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson.

Quando invadiu a Ucrânia, no fim de fevereiro, uma das justificativas do presidente russo Vladimir Putin era manter a Ucrânia fora da Otan, que seria uma suposta ameaça ocidental. Se o governo de Kiev ficou de fora, a Finlândia aumenta em 1 300 quilômetros a fronteira da aliança com a Rússia. Ao menos por enquanto, parece que o tiro saiu pela culatra.

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