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Os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados, diz pesquisa

Tendência de aquecimento continuou no ano passado, deixando o mundo 1,2ºC mais quente do que no período pré-industrial

Por Amanda Péchy
Atualizado em 10 jan 2023, 10h19 - Publicado em 10 jan 2023, 10h16

Cientistas do Copernicus Climate Change Service, instituto de pesquisa sobre clima da União Europeia, revelaram nesta terça-feira, 10, que 2022 foi o quinto ano mais quente já registrado, seguindo a tendência de aquecimento global. Isso fez com que os últimos oito anos se tornassem os mais quentes da série histórica do instituto.

A partir de 2014, o Copernicus Climate Change Service registrou as temperaturas mais altas de seu levantamento. O ano de 2016 continua sendo o mais quente de todos os tempos.

No geral, o mundo está agora 1,2ºC mais quente do que na segunda metade do século 19, ou o início do período industrial, quando as emissões de dióxido de carbono que aquecem o planeta pela queima de combustíveis fósseis se espalharam.

As temperaturas extremas na Europa, que teve seu verão mais quente da história, também levaram o ano passado a ser um dos mais quentes, apesar da persistência do fenômeno La Niña pelo terceiro ano consecutivo.

+ O que explica a nova onda de calor e o que deve ser feito contra a crise

La Niña é um padrão climático marcado por temperaturas da superfície do mar mais frias do que o normal no Oceano Pacífico equatorial, que tendem a reduzir as temperaturas globais.

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Pesquisas separadas mostraram que as ondas de calor na Europa estão aumentando em frequência e intensidade em um ritmo mais rápido do que em qualquer outro lugar, alimentadas pelo aquecimento, mas também, provavelmente, por mudanças na circulação atmosférica e oceânica.

“O ano de 2022 foi cheio de extremos climáticos na Europa e no mundo. Esses eventos destacam que já estamos enfrentando as consequências devastadoras do aquecimento global”, disse a vice-diretora do Copernicus Climate Change Service, Samantha Burgess.

“Temos evidências claras de que evitar as piores consequências exigirá que a sociedade reduza urgentemente as emissões de carbono e adapte-se rapidamente às mudanças climáticas”, completou.

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+ Onda de calor na Europa deixou mais de 20 mil mortos neste ano, diz estudo

A pesquisa do instituto, contudo, revelou que a emissão de gases do efeito de estufa continuou a aumentar em 2022. As concentrações de dióxido de carbono aumentaram aproximadamente 2,1 ppm (partes por milhão), enquanto o metano aumentou cerca de cerca de 12 ppb (partes por bilhão). Isso resultou em uma média anual de aproximadamente 417 ppm para dióxido de carbono e 1894 ppb para metano. Para ambos os gases, esta é a maior concentração já registrada.

Os efeitos de um ano tão quente também foram sentidos em outras partes do mundo. China Oriental e Central, Paquistão e Índia passaram por ondas de calor longas e extremas em 2022, e inundações de monções no Paquistão devastaram cerca de um terço do país. O calor e a seca que o acompanha também contribuíram para extensos incêndios florestais no oeste dos Estados Unidos.

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