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Opositor russo, sob suspeita de envenenamento, já está na Alemanha

Depois de passar mal com um chá em um voo, o ativista Alexei Navalny, que era mantido em uma UTI na Sibéria, foi transferido para um hospital em Berlim

Por Da Redação Atualizado em 23 ago 2020, 14h02 - Publicado em 23 ago 2020, 14h01

O opositor russo Alexei Navalny, que estava internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um hospital na Sibéria, sob suspeita de envenenamento, foi transferido neste sábado, 22, para uma unidade médica na Alemanha. A equipe do hospital de Omsk disse, antes de liberá-lo para o voo, que o ativista político estava em coma induzido e que sua vida não apresentava risco imediato.

Adversário declarado do presidente russo, Vladimir Putin, e militante contra a corrupção, o advogado e político Navalny desmaiou em um avião na quinta-feira, 20, após tomar um chá que seus aliados acreditam ter sido envenenado, com uma substância que se potencializaria com o líquido quente. O ativista, de 44 anos, descreveu em junho uma votação sobre as reformas constitucionais como um “golpe” e uma “violação da Constituição”. A mudanças permitem que Putin cumpra mais dois mandatos.

A ambulância equipada com UTI que buscou Navalny, organizada pela Fundação Cinema pela Paz, voou para o aeroporto de Tegel, em Berlim, e o ativista foi levado para o complexo hospitalar de Charite. Em um comunicado, o hospital afirmou que atualizaria as informações sobre o seu estado e os futuros tratamentos assim que os exames clínicos fossem concluídos e após consultar a família de Navalny, acrescentando que isso poderia levar algum tempo.

“Sua condição de saúde é muito preocupante”, afirmou o fundador da Fundação Cinema pela Paz, Jaka Biozilj, a repórteres do lado de fora do hospital, na Alemanha. “Recebemos uma mensagem muito clara dos médicos que se não tivesse havido uma aterrissagem de emergência em Omsk, ele teria morrido”, disse Vizilj, completando que caberia aos médios e à família do ativista fornecer novas informações.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse logo após o caso com  o ativista se tornar público que desejava uma recuperação rápida do opositor, como faria com todos os cidadãos em tais circunstâncias, e que as autoridades poderiam aprovar tratamento no exterior, se solicitado.

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Na quinta, assim que Navalny foi levado às pressas para o hospital em Omsk, Kira Yarmysh, secretária de imprensa da Fundação Anticorrupção, fundada por Navalny em 2011, tuitou: “Esta manhã Navalny estava voltando de Tomsk para Moscou. Durante o voo, ele se sentiu mal. O avião fez um pouso urgente em Omsk. Alexei foi envenenado”.

Ela acrescentou: “Suspeitamos que Alexei foi envenenado por algo misturado ao chá [dele]. Foi a única coisa que ele bebeu desde a manhã. Os médicos estão dizendo que o agente tóxico é absorvido mais rapidamente em líquido quente. No momento, Alexei está inconsciente”.

Yarmysh postou mais tarde que Navalny estava em um respirador e em coma, e que o hospital estava cheio de policiais. Ela disse que pediram para revistar seus pertences. Ela também declarou que os médicos estavam inicialmente prontos para compartilhar qualquer informação, mas depois alegaram que os testes de toxicologia foram adiados e estavam “claramente tentando ganhar tempo, e não dizendo o que sabiam”.

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