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Opositor russo Alexei Navalny vence prêmio de direitos humanos

Premiação é dada a pessoas ou organizações que trabalham na promoção dos direitos humanos e na defesa das liberdades individuais

Por Da Redação Atualizado em 20 out 2021, 15h34 - Publicado em 20 out 2021, 15h28

O Parlamento Europeu concedeu nesta quarta-feira, 20, o Prêmio Sakharov de defesa dos direitos humanos e de liberdade de pensamento ao opositor russo Alexei Navalny, destacando sua luta pela democracia e contra a corrupção em seu país. 

“Ele lutou de maneira incansável contra a corrupção do regime de Vladimir Putin. Isso custou a sua liberdade e quase sua vida. O prêmio reconhece a sua imensa bravura e reiteramos nosso apelo por sua libertação imediata”, disse o presidente do parlamento, David Sassoli, em publicação no Twitter.

O prêmio, em homenagem a um dissidente soviético, é entregue todos os anos desde 1988 a indivíduos ou organizações que de alguma maneira trabalham na promoção dos direitos humanos e na defesa das liberdades individuais. É improvável que o Kremlin conceda permissão a Navalny para participar da cerimônia marcada para 15 de dezembro, na França.

Também através do Twitter, o Partido Popular Europeu (PPE) clamou pela liberdade de Navalny e de todos os outros presos políticos. Em entrevista à DW, Peter van Dalen, membro do partido, disse que o opositor russo luta há décadas pela liberdade de expressão e democracia no país, pagando um preço muito alto por isso.

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“Este é o sinal mais forte que nós, da Europa, podemos dar à oposição russa. Nós os ouvimos e não os esquecemos”, completou. 

Também à DW, a alemã Renata Alt, membro do Partido Democrático Liberal, disse que o anúncio reforça a ideia de que Navalny não será esquecido atrás das grades, aproveitando para fazer críticas a Angela Merkel por nunca ter agido de maneira suficiente contra o governo Putin.

Navalny foi preso no início de 2021 e cumpre pena de dois anos e meio por violações da liberdade condicional, sentença tida por ele como forjada para frustrar suas ambições políticas. Desde então, o opositor tem criticado constantemente a forma como tem sido tratado na prisão. Em outubro, ele afirmou estar sendo tratado como terrorista. 

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Em agosto de 2020, Navalny foi levado às pressas para Berlim para tratar de um envenenamento por um raro agente que ataca o sistema nervoso. Ele acusa o governo russo, que nega qualquer envolvimento.

Em setembro, uma nova acusação do Comitê Investigativo da Rússia afirmou que em 2014 Navalny criou uma “rede extremista e a dirigiu com o objetivo de mudar as bases constitucionais russas”.

Apesar disso, seus apoiadores continuam a criticar constantemente o governo. Durante as eleições parlamentares no mês passado, um aplicativo de votação foi lançado de forma a desafiar o partido governante do país.

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O reconhecimento de Navalny com o prêmio dos direitos humanos poderá aumentar ainda mais a tensão entre a União Europeia e a Rússia. O bloco europeu pede a soltura do opositor e alega motivações políticas desde a primeira vez que o opositor foi preso, além de impor sanções a seis oficiais russos supostamente envolvidos no envenenamento.

Em 2020, o Sakharov foi entregue à líder da oposição em Belarus, Sviatlana Tsikhanouskaya, também em meio a tensões políticas com Minsk e sanções contra altos funcionários governamentais. 

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