Opep anuncia corte na produção de petróleo, o que deve afetar economias
Redução na oferta atinge 1 milhão de barris em maio e pode subir ainda mais até o final do ano
Se aqui no Brasil há um aumento do pessimismo com a economia desde a posse de Lula, conforme mostrou pesquisa Datafolha, as notícias que chegam do exterior também não são nada boas. Neste domingo, 2, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a Opep, anunciou um corte progressivo na produção de petróleo, com diminuição inicial de 1 milhão de barris por dia, de maio até o final do ano.
Mais um corte na produção de petróleo pode ajudar a elevar os preços no mercado internacional, aumentando as previsões inflacionárias, com reflexo nas taxas de juros de vários países. O aumento do preço do petróleo tem reflexo negativo na economia, com aumento dos preços dos combustíveis e dos transportes, afetando a indústria, o agronegócio e os serviços.
A Arábia Saudita anunciou que vai reduzir a oferta de petróleo em 500.000 barris por dia, segundo noticiou a Bloomberg. No mês de maio, o corte deverá atingir 1 milhão de barris por dia, já que outros países também anunciaram redução da produção. O Iraque vai reduzir a produção em 211.000 barris por dia e os Emirados Árabes em 144.000. Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã também irão reduzir a produção, conforme noticiaram as agências internacionais.
A partir de julho, o corte na produção de petróleo deverá ser ainda maior, devido à menor oferta de óleo russo. A expectativa é que a redução da oferta atinja 1,6 milhão de barris por dia. Este deverá ser o segundo maior corte na produção de petróleo desde outubro, quando a Opep anunciou corte de 2 milhões de barris por dia, o que elevou as tensões de produtores como a Arábia Saudita e os Estados Unidos.
O petróleo caiu de preço em março em função da crise bancária, que trouxe perspectiva de queda nas economias mundiais. Hoje, o barril do petróleo tipo Brent, referência internacional, está na faixa de 80 dólares. Para os países da Opep, a redução da oferta é uma medida de precaução para apoiar a ‘estabilidade’ do mercado.