ONU: sonho de Mandela só será completo com o fim da pobreza
António Guterrez fez um chamado para que a paz e o perdão, dois valores defendidos pelo líder sul-africano, não se tornem ideias vagas
A Organização das Nações Unidas (ONU) advertiu nesta quarta-feira (18) que o sonho do ex-líder sul-africano Nelson Mandela não estará completo até que a pobreza termine em seu país, “sem deixar ninguém para trás”. A manifestação se deu em uma homenagem, na sede da ONU, ao centenário de nascimento de Madiba, como Mandela é ainda carinhosamente em seu país. Ele morreu em 2013, aos 95 anos de idade.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que os valores que Mandela defendeu, como a paz e o perdão, não se transformem em “ideais vagas” em todo o mundo, mas em “ações concretas que todos possamos realizar”.
“Superar a pobreza não é um gesto de caridade, mas de justiça. Significa proteger um direito humano fundamental, o direito à vida digna. Enquanto a pobreza persistir, não haverá liberdade”, disse Guterres, citando Mandela.
Na mesma linha, a ministra de Meio Ambiente da África do Sul, Edna Molewa, lembrou que, se Mandela fosse vivo, não veria o seu grande sonho realizado porque os negros continuam a ser discriminados.
“O seu legado não pode ser separado da necessidade de alcançar uma emancipação real, e esta é a liberalização econômica. Quando só poucos podem desfrutar da prosperidade e dos direitos humanos, e a maioria não; quando só poucos têm acesso às oportunidades educacionais, e a maioria não, não teremos alcançado a sociedade pela qual Mandela lutou”, argumentou ela.
Mandela nasceu em 18 de julho de 1918, na cidade de Mvezo, no sudeste da África do Sul, e foi o primeiro da sua família a ir à escola. Foi a professora que deu a ele o nome de Nelson, que ele adotou em toda a sua vida. O menino fora batizado de Rolihlahla pelos seus pais.
Na linguagem coloquial, Rolihlahla quer dizer “agitador”. Mandela tornou-se a maior liderança contra o regime do apartheid em seu país e, por seu ativismo, passou 27 anos e meio na prisão. Libertado, foi eleito presidente da África do Sul em 1994 e transformou-se em um ícone da paz. Em 2009, a ONU declarou 18 de julho como o Dia Internacional de Nelson Mandela (Mandela Day).
(Com EFE)