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ONU pede que EUA não usem força desproporcional para conter protestos

'É muito importante que as pessoas possam protestar pacificamente', disse Liz Throssell, porta-voz das Nações Unidas, nesta sexta-feira, 24

Por Da Redação
24 jul 2020, 18h51

O escritório de direitos humanos das Nações Unidas pediu nesta sexta-feira, 24, para que autoridades dos Estados Unidos  não realizem prisões arbitrárias ou usem força desproporcional para conter manifestações civis após dois meses de turbulência social instigada pela morte do afro-americano George Floyd.

“É muito importante que as pessoas possam protestar pacificamente, que não estejam sujeitas ao uso desnecessário, desproporcional ou discriminatório da força”, disse Liz Throssell, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

Citando relatos de que manifestantes pacíficos foram detidos por “policiais não identificados”, ela expressou preocupação de que tais detenções possam dar origem a detenções arbitrárias ou ilegais.

“As autoridades devem garantir que as forças de segurança federais e locais destacadas sejam identificadas de forma adequada e clara… É muito importante que, quando houver um incidente, seja possível identificar quem é o responsável”, afirmou Throssell.

O comentário da porta-voz se dá um dia após o presidente americano, Donald Trump, anunciar um aumento no número de forças de segurança federais acionadas para, segundo o secretário de Justiça, William Barr, agir em cidades “afetadas por crimes violentos”.

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Antes dessa medida, batizada de Operação Legend, o governo americano já havia no início de julho enviado agentes de força tática de diversos lugares do país para a cidade de Portland, na Costa Oeste, para explicitamente combater “tumultos”, como disse Barr.

Trump, atrás do candidato presidencial democrata, Joe Biden, nas pesquisas de opinião, se declarou em junho o “presidente da lei e ordem” e aposta em uma postura mais agressiva para tentar garantir seu segundo mandato em 3 de novembro. Figuras da oposição, no entanto, classificam a ação do presidente como uma manobra política.

Em uma carta enviada na segunda-feira a Barr e ao secretário do Departamento de Segurança Interna, Chad Wolf, os prefeitos de seis grandes cidades dos EUA — Atlanta, Washington, Seattle, Chicago, Portland e Kansas City — afirmaram que o envio de tropas federais violava a Constituição.

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“Enviar unilateralmente estas tropas paramilitares a nossas cidades é totalmente inconsistente com nossa democracia e nossos valores básicos”, escreveram os mandatários. “É preocupante que forças federais sejam usadas com propósitos políticos”.

(Com Reuters)

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