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OMS alerta que HIV pode virar ‘ameaça global’ com corte de recursos dos EUA

Saída da organização internacional, anunciada por Trump, reduz acesso a tratamentos que salvam a vida de mais de 30 milhões de pessoas mundo afora

Por Redação 29 jan 2025, 10h58

Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na terça-feira 28 que a recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de deixar o órgão internacional e suspender o financiamento a programas de combate ao HIV e Aids pode representar uma “ameaça global” para milhões de pessoas que dependem desses serviços. 

Segundo a entidade, a medida do governo Trump coloca em risco o acesso a tratamentos de Aids que salvam a vida de mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente nos países de baixa e média renda, incluindo o Brasil.

Washington é o maiores doador da OMS e financia 75% do programa da organização para HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. O corte afeta diretamente o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para a Luta contra HIV/Aids (PEPFAR, na sigla em inglês), o principal plano global de combate à doença, que possui parceria com mais de 50 países. 

“Essas medidas, se prolongadas, podem levar ao aumento de novas infecções e mortes, revertendo décadas de progresso e possivelmente levando o mundo de volta aos anos 1980 e 1990, quando milhões morriam de HIV a cada ano, incluindo muitos nos Estados Unidos”, alertou a OMS em um comunicado oficial.

Em 2020, Trump já havia tentado retirar os Estados Unidos da OMS, mas, como o processo leva um ano, seu sucessor, Joe Biden, conseguiu reverter a situação assim que assumiu o cargo, em janeiro de 2021.

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Outros membros podem compensar parte da diferença, como fizeram quando Trump cortou as contribuições americanas durante seu primeiro mandato. Mas os países europeus estão enfrentando outros desafios, como economias estagnadas e pressão para aumentar os gastos com defesa. Fora isso, vozes céticas em relação à OMS também estão se multiplicando dentro da União Europeia e podem ser encorajadas pela decisão de Trump.

Países afetados

Ao assinar um decreto para retirar os Estados Unidos da OMS, Trump determinou que países onde o PEPFAR está presente deixem de distribuir medicamentos contra o HIV com financiamento americano, mesmo que já estejam estocados em clínicas locais. Por isso, a medida já resultou no fechamento de clínicas em diversos países africanos.

Na África do Sul, ONGs que fornecem tratamento para o HIV interromperam suas atividades devido à falta recursos. Na Nigéria, a perda do financiamento anual de US$ 390 milhões (cerca de R$ 1,9 bilhão) deve afetar os serviços de saúde. 

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“Apelamos ao governo dos Estados Unidos para que permita isenções adicionais para garantir a prestação de tratamento e cuidados vitais para o HIV”, disse a OMS.

O Brasil, onde o PEPFAR financia ações para ampliar o acesso a autotestes de HIV em diversas capitais e promove iniciativas de prevenção e diagnóstico precoce, também será afetado. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que um milhão de pessoas vivem com Aids no país. 

O programa do governo americano também colabora com instituições como a Fiocruz para desenvolver projetos de conscientização e ampliar o acesso à profilaxia pré-exposição (PrEP).

Em 2023, foram registrados 46.495 novos casos de HIV no Brasil, um aumento na taxa de infecção. Por outro lado, o número de mortes relacionadas à doença caiu para 10.338, o menor dos últimos dez anos.

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