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OMS admite erro e eleva avaliação de risco internacional do coronavírus

Agência das Nações Unidas passou a considerar como 'elevada' a ameaça global de contaminação pela doença

Por Redação
Atualizado em 27 jan 2020, 16h08 - Publicado em 27 jan 2020, 15h17

A Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu nesta segunda-feira, 27, que errou em sua avaliação sobre a ameaça do coronavírus que surgiu na China, e passou a considerar como “elevado” o risco internacional de contaminação pela doença.

Em seu relatório sobre a situação, publicado nas primeiras horas desta segunda, a OMS indica que sua “avaliação de risco (…) não mudou desde a última atualização (22 de janeiro): muito alto na China, alto no nível regional e em todo o mundo”. Contudo, em relatórios anteriores a agência especializada das Nações Unidas apontou que o risco global era “moderado”.

“Foi um erro de formulação nos relatórios de 23, 24 e 25 de janeiro, e nós o corrigimos”, explicou uma porta-voz da instituição com sede em Genebra, ao ser questionada sobre a mudança no texto.

Na última quinta-feira, a OMS considerou “muito cedo para falar de uma emergência de saúde pública de alcance internacional”. “Ainda não é uma emergência de saúde global, mas pode vir a ser”, declarou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que viajou para a China.

A OMS só utiliza esse termo para epidemias que exigem certa reação global, como a gripe suína H1N1 em 2009, o vírus zika em 2016 e a febre ebola, que atingiu parte da África Ocidental entre 2014 e 2016 e República Democrática do Congo desde 2018.

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Da família dos coronavírus, como o SARS, o vírus 2019-nCoV causa sintomas gripais em pessoas que o contraíram e pode levar à síndrome respiratória grave.

Em todo a China, foram confirmados pelo menos 2.744 casos de infecção pelo coronavírus. Ao todo, 81 pessoas morreram no país desde o seu surgimento no final de dezembro.

O epicentro da epidemia do coronavírus na China é a província de Hubei, cuja capital é Wuhan. Ali foram registrados cerca de metade de todos os casos do país.

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Desde então, se espalhou pela Ásia, Europa, Estados Unidos e Austrália. Embora um pequeno número de casos vinculados a pessoas que viajaram de Wuhan tenham sido confirmados em mais de 10 países, incluindo Tailândia, França, Japão e Estados Unidos, nenhuma morte foi relatada em outro lugar.

Nesta segunda, o prefeito da cidade de Wuhan assumiu parte da responsabilidade pela propagação da doença e ofereceu sua renúncia. Em entrevista à televisão estatal chinesa, Zhou Xianwang afirmou que a resposta de sua administração ao surto “não foi boa o suficiente”.

O prefeito também admitiu que a divulgação de informações pelas autoridades da cidade foi “insatisfatória” e confirmou que pelo menos 5 milhões de pessoas deixaram a cidade antes de o governo decretar o isolamento.

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Com o surto de SARS (2002-2003), a OMS criticou Pequim por ter demorado a alertar e tentar esconder a verdadeira extensão da epidemia.

A OMS também foi criticada nos últimos anos. Considerada alarmista por alguns durante a epidemia do vírus H1N1 em 2009, foi acusada, durante a epidemia de ebola na África Ocidental (2014), de não ter calibrado a verdadeira extensão da crise.

(Com AFP)

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