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OIM: Militares na fronteira vão aumentar mortes e lucro de traficantes

Três caravanas de migrantes da América Central rumam para os Estados Unidos, em fuga da violência em seus países

Por Da Redação
Atualizado em 2 nov 2018, 16h53 - Publicado em 2 nov 2018, 16h47

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) advertiu nesta sexta-feira que a militarização da fronteira dos Estados Unidos com o México será pouco útil para dissuadir as caravanas de imigrantes da América Central. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta semana o envio de 5.200 soldados para a divisa e alertou que o contingente poderá alcançar 15.000 homens.

“Estamos dizendo repetidas vezes e no mundo todo que as barreiras e as fronteiras militarizadas não costumam dissuadir os que tentam atravessá-las”, disse Joel Millman, porta-voz da OIM, para quem as forças de segurança causarão o aumento dos lucros dos traficantes de pessoas e do número de mortos.

Millman deu essa declaração ao ser perguntado, em entrevista coletiva, sobre o plano de Trump de enviar até 15.000 soldados para barrar as caravanas de imigrantes centro-americanos. Nesta sexta-feira, o presidente americano voltou atrás em sua declaração, um dia antes, de que eventuais pedradas de imigrantes contra as forças dos Estados Unidos na fronteira seriam respondidas a bala. Em seu recuo, disse que os agressores somente serão presos.

“Espero que não [aconteça]. Mas se alguém atirar pedras – como fizeram no México – vamos considerar que é um ataque com uma arma de fogo, porque a diferença não é muita”, disse Trump, na quinta-feira (1). “Querem atirar pedras aos nossos militares? As nossas forças vão responder com tiros.”

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Parte do sistema das Nações Unidas, a OIM assinalou que continuará a dar apoio aos migrantes. O chefe da OIM no México, Christopher Gascón, afirmou que a organização “mantém sua posição de que os direitos humanos e as necessidades básicas de todos os migrantes devem ser respeitados com independência de sua condição migratória”.

O porta-voz da OIM lembrou que, atualmente, as caravanas estão “a milhares de quilômetros de distância” da fronteira. Há três caravanas a caminho dos Estados Unidos neste momento. A primeira, que saiu de San Pedro Sula, em Honduras, atraiu cerca de 7.000 integrantes e seus membros se dispersaram ao ingressar no está no México. Cerca de 300 deles estão nesta sexta-feira na cidade de Donají, na divisa entre os estados de Oaxaca e Veracruz.

Outras duas caravanas se formaram na Guatemala e em El Salvador. Esta última conseguiu ingressar nesta sexta-feira no México. Centenas de migrantes pediram refúgio no México, desistindo do projeto inicial de alcançar os Estados Unidos. As caravanas a pé devem chegar à fronteira somente em dezembro.

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“Esta e outras caravanas são um fenômeno que existe há muitos anos, pelo menos dez ou mais. Falar de invasão ou coisas assim implica em assumir que este é um fenômeno novo e acho que ninguém na OIM compartilha dessa opinião”, explicou o porta-voz.

O porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Babar Baloch, declarou que toda pessoa que foge do perigo tem o direito a ser recebida. “Qualquer pessoa que fuja de um conflito, de uma perseguição ou que se sinta insegura em seu próprio país deve ter acesso ao território e a um procedimento de asilo, assim como a ser recebida humanamente e a ser tratada com justiça. Pedimos humanidade e que esta discussão seja afastada da política”, respondeu o porta-voz.

(Com EFE)

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