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Como o trauma do nazismo empurra para um acordo na Alemanha

A chanceler Angela Merkel enfrenta dificuldade em formar uma coalizão de maioria, mas lições da história fazem muitos rejeitarem repetir as eleições

Por Johanna Nublat Atualizado em 25 nov 2017, 15h33 - Publicado em 23 nov 2017, 12h42

A sólida política alemã vive momentos singulares. Depois do fraco desempenho dos partidos centristas nas eleições legislativas de 24 de setembro, a chanceler Angela Merkel fracassou em fechar uma coalizão para governar.

Sua tentativa de reunir pela primeira vez sua aliança de centro direita – a CDU (União Democrata Cristã) e a CSU (União Social Cristã) –, os Verdes e os liberais do FDP (Partido Livre Democrático) não foi adiante. Divergências sobre o uso de carvão e a entrada de imigrantes implodiram um primeiro acordo.

“É novo, mas não inesperado. Ocorreu uma grande polarização no sistema partidário e o eleitorado se diversificou. Isso faz com que governar seja mais complicado”, diz Christoph Nguyen, cientista político da Freie University.

O presidente Frank-Walter Steinmeier entrou em cena para tentar costurar alguma coalizão que funcione. Todas as opções estão sobre a mesa, incluindo a composição de um governo de minoria, a reativação da parceria com os social-democratas e a convocação de novas eleições.

Um novo pleito, contudo, poderia aumentar o risco de fortalecer o partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha). “Muitos querem evitar uma nova eleição. Durante a República de Weimar, que terminou com a ascensão de Adolf Hitler em 1933, houve eleições numerosas, o chanceler não tinha maioria e não conseguia governar direito. A história alemã ensina que é melhor forçar as pessoas a uma conciliação”, diz Michael Bröning, da Fundação Friedrich Ebert.

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