O dia em que freiras enclausuradas quebraram o protocolo com o papa Francisco
Cena de "entusiasmo" viralizou em 2015 e foi tratada com bom humor até pelo Vaticano

Era para ser um encontro breve e solene. Mas bastou o papa Francisco pisar no Duomo de Nápoles, em 21 de março de 2015, para que o protocolo fosse quebrado por uma cena de pura devoção. Autorizadas a sair da clausura por um único dia, freiras de dois conventos locais — entre eles o tradicional mosteiro das Capuchinhas — não contiveram a emoção e correram até o pontífice, trocando o formalismo por abraços e beijos.
Uma das religiosas, irmã Pia, conseguiu inclusive um beijo na bochecha de Francisco, registrado por fotógrafos e compartilhado à exaustão nas redes sociais. O episódio, contado pelo Corriere del Mezzogiorno, rapidamente viralizou.
Diante da cena inesperada, o então cardeal de Nápoles, Crescenzio Sepe, tentou conter a empolgação das freiras. “Ué, irmãs, onde vão? E essas são de clausura… imagina se não fossem!”, disse, em tom de brincadeira. A bronca foi gravada e virou meme.
Francisco, por sua vez, reagiu com simpatia. Acostumado a quebras de protocolo, sorriu, distribuiu bênçãos e posou para fotos. Dias depois, o próprio Vaticano publicou o vídeo do encontro com a legenda: “Docíssimas as freiras de clausura” — encerrando com humor qualquer crítica.
02 Settembre 2022
Suore di clausura attaccano Papa Francesco pic.twitter.com/aWeQPgYiKV
— Daily Drama 2025 – Enciclopedia delle polemiche (@dailydrama_2025) September 2, 2022
A cena, no entanto, também gerou comentários irônicos. A humorista Luciana Littizzetto, durante o programa Che tempo che fa, insinuou que as “reprimidas” estavam ansiosas por contato masculino. A resposta das religiosas veio logo depois: “Se quiséssemos abraçar homens, teríamos escolhido outro lugar e outros homens”, escreveram em carta pública. “Não seria o caso, cara Luciana, de atualizar seu imaginário sobre freiras de clausura?”
Mais do que um deslize cerimonial, o episódio entrou para a história como um raro — e bem-humorado — retrato da fé.