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Número ‘sem precedentes’ de afegãos cruza fronteira para Paquistão

Atentado de quinta-feira no aeroporto de Cabul, que deixou mais de 100 mortos, impulsionou ainda mais pessoas a deixarem Afeganistão por via terrestre

Por Da Redação 27 ago 2021, 12h12

Um número “sem precedentes” de pessoas está atravessando do Afeganistão para o Paquistão através da travessia fronteiriça oficial entre os dois países, de acordo com autoridades locais, à medida que o atentado de quinta-feira no aeroporto de Cabul impulsionou mais pessoas a deixarem o país.

Pelo menos 110 pessoas morreram em decorrência das explosões que atingiram os arredores do aeroporto, entre elas 13 militares americanos. As forças de segurança americanas estão em alerta para a possibilidade de mais ataques nesta sexta-feira, 27.

Embora o Paquistão tenha afirmado que não irá aceitar refugiados afegãos, a fronteira Spin Boldak-Chaman, entre os dois países, continua aberta, e nos últimos dias centenas de milhares de afegãos atravessaram. Em 13 de julho, o assessor de segurança nacional paquistanês, Moeed Yusuf, afirmou que “estamos dispostos a ajudar, mas não estamos em posição de receber novos refugiados neste momento”, pedindo apoio internacional à situação.

Ao jornal britânico The Guardian, uma autoridade local da área da saúde, que pediu para não ser ifentificada, afirmou que “há um aumento sem precedentes no número de afegãos e refugiados que entraram nos últimos dois dias no Paquistão de várias províncias do Afeganistão. Hoje, mais pessoas atravessaram do que ontem”.

Outra fonte afirmou ao jornal que os números quase duplicaram nesta sexta-feira. A cada dia, dezenas de milhares de pessoas se aglomeraram na fronteira e cerca de 20.000 estão cruzando diariamente, mais que o triplo das costumeiras 6.000.

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Atualmente, apenas pessoas que viajam ao Paquistão para tratamento médico ou possuem comprovante de residência no país podem atravessar, mas há contrabandistas que ajuda famílias a passar a fronteira.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram milhares de pessoas aglomeradas tentando chegar aos postos de controle da fronteira, reaberta por completo em 21 de agosto, após mais de uma semana fechada depois que o Talibã tomou controle de Cabul.

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A saída em massa se dá em meio às tentativas desesperadas de fugir do país e as cenas de caos no aeroporto de Cabul, lotado desde que o Talibã tomou o controle do Afeganistão, em 15 de agosto, pois é a única rota de saída aérea do país. Milhares de pessoas, entre funcionários de governos de outros países, jornalistas e afegãos ameaçados pela volta do regime extremista ao poder, se aglomeram no terminal nos últimos dias buscando escapar da região.

Cerca de 95.700 pessoas já foram retiradas do país, mas milhares ainda esperavam do lado de fora quando as explosões de quinta-feira ocorreram.

Na semana passada, tumultos causaram o fechamento temporário do terminal, enquanto na última segunda-feira, 23, um tiroteio deixou um morto e três feridos no local. Nas redondezas do aeroporto, o cenário é de uma espécie de acampamento, com milhares de pessoas continuam se reunindo no perímetro da base.

Uma das cenas que mais retratam a angústia dessas famílias foi a de um bebê sendo içado por cima de um arame farpado para que ele pudesse embarcar em um fuzileiro naval dos Estados Unidos na semana passada.

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