Número de mortos após tempestades no Equador sobe para sete pessoas
Maior parte das vítimas estava em um ônibus que foi arrastado por um deslizamento de terra no município Baños, zona turística da província de Tungurahua
A Secretaria Nacional de Gestão de Riscos e Emergências do Equador informou nesta segunda-feira, 17, que ao menos sete pessoas morreram e dezenas ficaram feridas após fortes chuvas atingirem o país. As tempestades tiveram início na última sexta-feira, 16, e seguiram ao longo do final de semana. A maior parte das vítimas estava em um ônibus que foi arrastado por um deslizamento de terra neste domingo, no município Baños, zona turística da província de Tungurahua, ao sul, onde equipes de resgate ainda procuram por 30 pessoas.
O território equatoriano é dividido em quatro regiões: Serra, Amazônica, Costeira e Insular. As duas primeiras áreas foram as mais atingidas. Na Amazônia equatoriana, estradas foram fechadas em razão do transbordamento do rio Upano, onde há uma travessia alternativa que liga Sevilha a Seipa.
Não foi episódio isolado. As águas dos rios Pisque, na província de Pichincha; Guachalá, na cidade turística Cayambe; e Chambo, na província de Chimborazo, também extravasaram. Também foi emitido alerta devido à enchente do rio Puela, aumentando a tensão nas comunidades de Palitahua e Penipe. Até o momento, 126 pessoas foram retiradas de suas casas ao redor do país.
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Em razão da sua posição geográfica, o Equador apresenta apenas duas estações do ano: chuvosa, normalmente de outubro a maio, e seca, de junho a setembro. Acredita-se, no entanto, que as tempestades desta temporada podem se estender até junho. As intensas chuvas são reflexo da convergência dos ventos úmidos do Oceano Pacífico e da Amazônia, agravadas pelo fenômeno El Niño. As mudanças climáticas também pioram o cenário não apenas do Equador, mas mundo afora.
Em relatório do ano passado, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), das Nações Unidas, alertou que há mais de 50% de probabilidade que a temperatura global ultrapasse o limite de 1,5ºC de aquecimento até 2040. O documento também indicou que, para cada 0,5°C de alta nos termômetros ao redor do globo, aumenta a frequência de eventos climáticos extremos, desde secas implacáveis até chuvas torrenciais – como as vividas pelo Rio Grande do Sul.