Premiê do Canadá convoca eleições para abril e promete enfrentar Trump
Em reviravolta política, pesquisas sugerem vantagem para os liberais, que estão no poder há dez anos
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Atualizado em 23 mar 2025, 16h21 - Publicado em 23 mar 2025, 14h47
O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, convocou uma eleição antecipada para o dia 28 de abril, em meio a crescentes tensões com os Estados Unidos, especialmente após as ameaças de Donald Trump que colocam em risco o futuro econômico do Canadá. “Estamos enfrentando a crise mais significativa de nossas vidas devido às ações comerciais injustificadas do presidente Trump e suas ameaças à nossa soberania”, disse Carney.
O premiê criticou as ações comerciais do repulicano. “Ele quer nos destruir, para que a América possa nos dominar. Não vamos deixar isso acontecer. Já superamos o choque da traição, mas nunca esqueceremos as lições. Precisamos cuidar de nós mesmos. Precisamos cuidar uns dos outros”, afirmou.
A decisão de Carney de convocar as eleições antes do retorno do parlamento, previsto para o dia 27 de março, tem como objetivo garantir um “mandato forte e positivo”, sem enfrentar um parlamento hostil, já que ele não tem um assento na Câmara dos Comuns.
Desde a renúncia de Justin Trudeau, Carney, que assumiu a liderança do Partido Liberal, viu um apoio crescente, com muitos canadenses o considerando mais capaz de lidar com a crise econômica e as ameaças de Trump do que o líder conservador Pierre Poilievre.
A eleição ocorre após uma mudança significativa nas pesquisas, com os liberais agora à frente dos conservadores, que até recentemente eram os favoritos para vencer. Se os liberais ganharem em abril, será considerada uma das maiores reviravoltas políticas da história do Canadá. Por outro lado, os conservadores enfrentam um grande desafio, já que têm perdido conexão com os desejos dos canadenses, que agora buscam um líder que enfrente a incerteza gerada pelas ameaças externas.
Uma pesquisa online da Angus Reid, com 4.009 pessoas, colocou os liberais com 42% de apoio público e os conservadores com 37%. A margem de erro era de cerca de 1,5%. Uma pesquisa online da Leger, com 1.568 pessoas para o National Post, indicou os liberais com 42% e os conservadores com 39%.
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