Nova campanha do MSF reconhece racismo dentro da organização
Campanha aponta que a organização reforçou estereótipos racistas por vários anos ao excluir funcionários que não são brancos de suas peças publicitárias
A organização internacional de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) lançou nesta semana uma nova peça publicitária que reconhece o reforço de estereótipos racistas em campanhas anteriores.
As imagens anteriores, de forma hegemônica, mostravam apenas crianças negras, sem a presença dos pais ou dos responsáveis, sendo ajudadas por um médico branco, criando uma imagem de salvadores e vítimas impotentes.
No novo vídeo, a organização reforçou a presença de vários funcionários das mais variadas etnias que integram o MSF, como quenianos, mexicanos, nigerianos, haitianos e filipinos. Além disso, o país que detém o maior número de integrantes do grupo é o Sudão do Sul, na África, e quatro em cada cinco voluntários da ONG são contratados no próprio país de atuação.
Por fim, a campanha se comprometeu a divulgar mais a diversidade de seus funcionários, já que mais da metade do quadro são dos continentes africano, asiático e latino-americano, além de dar mais espaço aos próprios pacientes, de maneira que suas histórias sejam contadas por todos os envolvidos.
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Criado em 1971, o Médicos Sem Fronteiras oferece ajuda médica e humanitária a populações em situação de emergência em casos como conflitos armados, catástrofes naturais e fome, sendo a maior organização do mundo no ramo. Atualmente, atua em mais de 70 países.
O trabalho da organização lhe rendeu o Prêmio Nobel da Paz de 1999, como reconhecimento do seu combate em favor da ingerência humanitária.