No maior ataque em semanas, Rússia bombardeia rede energética ucraniana
A investida, semelhante ao que ocorreu em 2022 durante o inverno europeu, cortou eletricidade em cinco regiões e deixou pelo menos 18 feridos
A Rússia voltou a atingir, nesta quinta-feira, 21, uma série de infraestruturas de energia em toda a Ucrânia, em seu maior ataque com mísseis em semanas. Segundo autoridades em Kiev, a investida pode prenunciar uma nova campanha aérea contra a rede elétrica ucraniana, como aconteceu no inverno europeu do ano passado.
Ao menos cinco regiões – no oeste, centro e leste do país – registraram cortes no fornecimento de eletricidade. O padrão é semelhante ao dos múltiplos ataques aéreos contra instalações elétricas vitais no final do ano passado, que deixaram milhões de ucranianos sem energia durante o frio intenso do inverno europeu.
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Valeriy Zaluzhnyi, comandante chefe das forças armadas da Ucrânia, disse que a Rússia disparou 43 mísseis de cruzeiro durante a noite em várias ondas, e que as defesas aéreas ucranianas derrubaram 36 deles.
Autoridades na Ucrânia disseram que pelo menos 18 pessoas ficaram feridas por conta dos ataques aéreos, incluindo uma menina de 9 anos na capital, Kiev. Um governador regional disse que duas pessoas foram mortas devido a dois bombardeios russos diferentes durante a noite.
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“O inverno está chegando. Esta noite [a Rússia] renova os ataques com mísseis contra a infraestrutura energética ucraniana”, escreveu o legislador Andrii Osadchuk na plataforma X, antigo Twitter.
A Ukrenergo, operadora de rede elétrica do país, disse que este foi o primeiro ataque russo à infraestrutura energética em seis meses e relatou danos a instalações nas regiões oeste e central.
“Houve apagões parciais nas regiões de Rivne, Zhytomyr, Kiev, Dnipropetrovsk e Kharkiv”, disse em comunicado no aplicativo de mensagens Telegram.
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Há meses, a Ucrânia corre para consertar infraestruturas vitais. Os ataques do inverno passado danificaram quase metade do sistema energético do país e forçaram os operadores da rede a impor cortes programados de energia.
Neste ano, a Ucrânia tem defesas aéreas melhores fornecidas pelo Ocidente, mas o desafio de se defender contra ataques em todo o território ainda é grande.
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Desde meados de julho, a Rússia, concentrou seus ataques aéreos nas infraestruturas portuárias e de cereais, praticamente impedindo a exportação de produtos alimentares por Kiev – um grande produtor global de grãos. Muitos dos bombardeios também mataram civis, embora Moscou negue que isso tenha sido feito deliberadamente.