Netanyahu volta a tribunal de Tel Aviv para julgamento por corrupção
Premiê israelense deve depor diante de juiz, mas no início da audiência falou em 'desafios médicos'

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a um tribunal de Tel Aviv para seu julgamento por acusações de corrupção nesta segunda-feira, 10, um dia depois de retornar de uma visita aos Estados Unidos.
Netanyahu não compareceu ao tribunal para testemunhar na semana passada, pois estava em Washington. Na semana anterior, duas das três audiências foram canceladas porque um dos juízes estava com gripe.
No início da audiência nesta segunda, o premiê afirmou que está enfrentando “desafios” médicos e que recebeu altas doses de antibióticos.
Ele descreveu sua viagem aos Estados Unidos para se encontrar com o presidente Donald Trump como “histórica”, mas a qualificou como “medicamente desafiadora”. O primeiro-ministro passou por uma cirurgia para remover sua próstata em dezembro de 2024 e teve complicações no pós-operatório, incluindo infecções.
Netanyahu disse que atualmente está tomando 1.500 mg de antibióticos por dia, e pediu pausas regulares durante o dia de depoimento.
O julgamento, onde o premiê enfrenta acusações de suborno, fraude e abuso de confiança pública em três casos distintos, começou em maio de 2020. No entanto, foi interrompido pela guerra em Gaza, que teve início após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Desde então, o líder israelense apresentou vários pedidos de adiamento do processo devido ao conflito.
Em dezembro, quando compareceu pela primeira vez ao Tribunal Distrital de Tel Aviv, Netanyahu tentou repetidamente adiar seu testemunho. Ele rejeita as acusações nos três casos julgados pelo tribunal.
As acusações
No primeiro processo, Netanyahu e sua esposa Sara são acusados de aceitar mais de US$ 260 mil em artigos de luxo, como cigarros, joias e champanhe, de bilionários em troca de favores políticos.
Os outros dois casos envolvem as supostas tentativas do primeiro-ministro de negociar uma cobertura mais favorável em dois meios de comunicação israelenses em troca de enfraquecer a concorrência de um e favorecer um empreendimento comercial paralelo do proprietário do outro grupo.
Desde que voltou ao poder no final de 2022, a coalizão de governo de Netanyahu entrou em conflito com a Justiça e as forças de segurança, na tentativa de aprovar leis que enfraqueceriam os tribunais. Isso provocou grandes manifestações, bem como um adiamento das medidas.