Netanyahu não consegue formar novo governo em Israel
O presidente de Israel, Reuven Rivlin, deve delegar a missão de formar uma coalizão ao líder da oposição Benny Gantz
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta segunda-feira, 21, que não conseguiu formar uma coalização para governar o país. Após a desistência de Bibi, o presidente Reuven Rivlin informou que encarregará o líder da oposição, Benny Gantz, de tentar negociar a formação de um governo.
Bibi anunciou seu fracasso em negociar com os partidos do Knesset apenas dois dias antes do prazo máximo concedido a ele por Rivlin após as eleições de 17 de setembro.
Essa foi a terceira tentativa de Netanyahu de tentar formar um novo governo. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o primeiro-ministro disse que tentou convencer Gantz de diversas maneiras a formar uma aliança com o seu partido, o Likud, para evitar novas eleições, mas o opositor “recusou todas as vezes”.
“Desde que recebi o mandato [para formar o governo] tenho trabalhado incansavelmente”, afirmou Netanyahu, confessando, porém, que falhou. “É isto que o povo quer”, reconheceu, referindo-se à decisão de passar a vez a Gantz.
Gantz, líder do Azul e Branco, já tinha afirmado em diversas ocasiões que não participaria em nenhum momento de uma coalizão que tenha Netanyahu como primeiro-ministro.
Rivlin anunciou, por meio de um comunicado, que pretende delegar dentro de 72 horas a missão de formar um novo governo para Gantz. O opositor terá 28 dias para negociar e formar uma maioria no Knesset.
No Parlamentarismo, é dever do presidente consultar os representantes de todos os partidos para determinar qual liderança tem maiores chances de formar um governo de coalizão. No caso do último pleito, Netanyahu conquistou o apoio de 55 parlamentares e Gantz recebera apenas 54 — são necessários 61 parlamentares para se obter maioria no Knesset.
Gantz também deve enfrentar muitas dificuldades para negociar um governo de coalizão sem o Likud. O líder da oposição tem garantidas alianças apenas com o bloco de centro-esquerda, formado pelo Partido Trabalhista e pela União Democrática, que não lhe garantiriam os assentos necessários. Uma união com os partidos árabes ainda não é certa, mas já chegou a ser considerada.