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Netanyahu anuncia ofensiva em Rafah mesmo sob pressão internacional

Israel deve retirar civis da zona de combate no sul da Faixa de Gaza antes de iniciar o ataque

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 12h21 - Publicado em 17 mar 2024, 14h34

O governo de Israel prepara uma ofensiva de suas forças armadas na cidade de Rafah, e para isso vai desconsiderar a pressão internacional para um cessar fogo na guerra contra o Hamas. “Nenhuma pressão internacional nos impedirá de alcançar todos os objetivos da guerra”, declarou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu neste domingo, 17, conforme comunicado divulgado por seu Gabinete. “Vamos agir em Rafah. Levará algumas semanas, mas acontecerá”.

Israel sofre pressões internacionais para um cessar fogo na Faixa de Gaza, inclusive de antigos aliados, como os Estados Unidos. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse a uma emissora de TV há poucos dias que a postura do primeiro-ministro de Israel em relação à guerra mais prejudica que ajuda a busca pela paz. Atacar Rafah, nas palavras de Biden, seria como ultrapassar a “linha vermelha”.

Rafah fica na parte sul da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito, e concentra mais de 1,5 milhão de palestinos que tentam escapar dos ataques de Israel. A Faixa de Gaza tem um total de pouco mais de 2,3 milhões de habitantes. Um eventual ataque à cidade pode deixar muitas vítimas civis, que hoje perambulam em busca de comida e de ajuda humanitária internacional. A incursão em Rafah, portanto, é mais um marco nessa guerra, que foi iniciada em 7 de outubro do ano passado, quando o Hamas invadiu Israel e matou mais de 1.200 pessoas e sequestrou outras 250. O governo de Israel promete retirar civis da zona de combate para a ação em Rafah.

Além de países amigos, Israel tem recebido cada vez mais críticas de organizações internacionais, como a ONU e até a Organização Mundial de Saúde (OMS). Ontem, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, implorou para que Netanyahu suspenda a incursão em Rafah. Adhanom afirmou que a população de Rafah não tem um lugar seguro para se refugiar. “Em nome da humanidade, pedimos a Israel que não invada”, disse.

O primeiro-ministro de Israel responde às pressões internacionais lembrando do ataque do Hamas e critica a os países e as organizações que tentam pressionar seu governo. Netanyahu perguntou por que a memória da comunidade internacional é tão curta e por que se esqueceram dos ataques do Hamas no 8 de outubro, lembrando que foi o pior ataque contra judeus cometido após o Holocausto de Hitler. “Vocês já estão prontos para negar a Israel o direito de se defender contra os monstros do Hamas?”, questionou Netanyahu.

Até agora, a ocupação de Israel em Gaza já teria matado mais de 31 mil pessoas, mas são dados de difícil checagem, pois são divulgados pelo próprio Hamas, um grupo terrorista que se recusa a libertar os civis sequestrados no 8 de outubro no território de Israel. A lista de cidadãos de Israel que foram sequestrados pelos terroristas inclui idosos e crianças.

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