Neta de ministro de Hitler é derrotada por candidata da esquerda no Parlamento alemão
Beatrix von Storch ganhou notoriedade no Brasil após se reunir com então presidente Jair Bolsonaro e defender união entre conservadores
Em uma eleição repleta de reviravoltas, Beatrix von Storch, neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, ex-ministro de Adolf Hitler, perdeu seu assento no Parlamento alemão para Ines Schwerdtner, uma jornalista de 35 anos e líder do partido A Esquerda. Schwerdtner conquistou o distrito de Berlin-Lichtenberg com 34% dos votos.
Von Storch, de 53 anos, é uma das principais figuras da extrema direita alemã e uma das líderes do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), legenda vigiada pela polícia por seu extremismo e relativização do nazismo. No Brasil, a política ganhou notoriedade após se reunir com o então presidente Jair Bolsonaro em 2021, defendendo uma aliança internacional entre conservadores.
Apesar do avanço nacional do AfD, a derrota local reflete a complexidade do eleitorado alemão e a resistência ao crescimento da extrema direita em algumas regiões.
O pleito deste domingo, 23, foi antecipado após o chanceler Olaf Scholz perder um voto de confiança em dezembro de 2024, levando ao colapso da coalizão governista. A União Democrata-Cristã (CDU), de centro-direita, ganhou a maioria dos votos, colocando o líder do partido, o conservador Friedrich Merz, na pole position para substituir o social-democrata Scholz.
Apesar disso, ele arrebatou menos de 30% dos eleitores, enquanto a Alternativa para a Alemanha conquistou 21% de apoio – dobrando o número de assentos no Parlamento e complicando o cálculo para a formação de uma coalizão, que será necessária para Merz, e qualquer outro, governar.
Durante a campanha, o chefe da CDU já havia descartado totalmente uma coalizão com a AfD, o que voltou a fazer na noite de domingo, após resultados preliminares serem divulgados. No entanto, é possível que conte com votos dos deputados de extrema direita para avançar pautas em comum – o que de certo geraria turbulências com o outro partido a que terá de se aliar para formar um governo.
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