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Mundo vive ‘década de calor mortal’ e 2024 será ano mais quente, diz chefe da ONU

António Guterres alertou que humanidade sofre com 'colapso climático, em tempo real' e que é preciso 'sair desta estrada para a ruína'

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 dez 2024, 13h17

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou nesta segunda-feira, 30, que o mundo enfrentou uma “década de calor mortal”, com 2024 prestes a assumir o posto de ano mais quente da história. Em mensagem de ano novo, Guterres alertou que a humanidade vive um “colapso climático, em tempo real” e que é preciso “sair desta estrada para a ruína”, sem que haja “tempo a perder”.

“Posso relatar oficialmente que acabamos de suportar uma década de calor mortal. Os 10 anos mais quentes registrados aconteceram nos últimos 10 anos, incluindo 2024″, disse o chefe da ONU, apelando: “Em 2025, os países devem colocar o mundo em um caminho mais seguro, cortando drasticamente as emissões e apoiando a transição para um futuro renovável. É essencial e é possível.”

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência climática das Nações Unidas, publicará os dados sobre as temperaturas de 2024 em janeiro. A entidade, no entanto, já adiantou que espera-se que o ano tenha enfrentado as mais altas temperaturas já registradas. O progressivo aquecimento do planeta é reflexo da ação humana, com níveis de gases de efeito estufa atingindo picos sem precedentes.

Um relatório recente da OMM revelou que as mudanças climáticas intensificaram 26 dos 29 eventos climáticos extremos analisados pela World Weather Attribution (WWA), consórcio acadêmico que estuda eventos climáticos extremos, em 2024. Nesses episódios, cerca de 3.700 pessoas foram mortas e milhões, desabrigadas. A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, explicou ao jornal britânico The Guardian que cada grau de aquecimento agrava o cenário, mas advertiu que as temperaturas são “apenas parte do quadro”.

“Este ano, vimos chuvas recordes e eventos de inundações, além de terríveis perdas de vidas em muitos países, causando desgosto a comunidades em todos os continentes”, afirmou Saulo.

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“Ciclones tropicais causaram um terrível pedágio humano e econômico, mais recentemente no departamento ultramarino francês de Mayotte, no Oceano Índico . Calor intenso queimou dezenas de países, com temperaturas chegando a 50°C em diversas ocasiões. Incêndios florestais causaram devastação”, acrescentou ela.

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Ondas mortais e mais prováveis

Em junho, uma pesquisa da WWA mostrou que as mudanças climáticas tornaram as ondas de calor mortais 35 vezes mais prováveis nos Estados Unidos, no México e na América Central. Naquele mês, temperaturas extremas atingiram diversas áreas do México, Estados Unidos, Honduras, El Salvador, Guatemala e Belize, deixando dezenas de milhões de pessoas em situação de risco.

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De acordo com o estudo, a queima de combustíveis fósseis e outras atividades humanas, como o desmatamento e a agricultura industrializada, são os principais responsáveis pelo aumento da frequência e intensidade do calor extremo. Além disso, a falta de uma ação política significativa para eliminar os combustíveis fósseis tornará as ondas de calor mortais “muito comuns em um mundo 2ºC mais quente”, completou o texto.

No Brasil, o número de desastres climáticos foi 250% maior nos últimos quatro anos do que o registrado em toda a década de 1990. Ao todo, o país sofreu mais de 16 mil eventos extremos entre 2020 e 2023, o que representa mais do que o dobro das 6.523 ocorrências entre os anos de 1991 e 2000, segundo dados da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, divulgados na semana passada.

 

 

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