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Mudança climática engolirá 10% da economia dos EUA até 2100

País sofrerá queda na safra agrícola, destruição de infraestrutura e perda de vidas se não tomar medidas contra aquecimento global, diz estudo

Por Da Redação
Atualizado em 23 nov 2018, 18h42 - Publicado em 23 nov 2018, 18h32

Em contradição com as políticas ambientais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um amplo relatório científico da National Climate Assessment estima uma perda de 10% na atividade econômica do país até 2100 se medidas para conter o aquecimento global não forem adotadas por Washington e outros países.

O estudo foi encomendado pelo Congresso americano e divulgado pela própria Casa Branca nesta sexta-feira, 23, segundo o jornal The New York Times. Suas 1.656 páginas contradizem a linha de ação do governo Trump, que promete retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre Mudança Climática, demole as regulamentações adotadas pelo governo anterior e recorrentemente ironiza as preocupações sobre essa área em seu perfil no Twitter.

A versão anterior do documento foi publicada em 2014, durante o governo de Barack Obama, que levou sua mensagem com seriedade.

De acordo com o relatório, os efeitos da mudança climática nos Estados Unidos serão devastadores nas áreas econômica, de saúde pública e de meio ambiente. As previsões são de incêndios ainda mais agressivos na Califórnia do que os de 2018, perda de safras no Meio-Oeste e destruição de infraestrutura no Sul do país. Os eventos meteorológicos extremos previstos como consequência do aumento da temperatura global deverão causar prejuízos crescentes ao comércio exterior americano.

Mais especificamente, os cientistas calcularam perdas de 141 bilhões de dólares, resultantes das mortes causadas por ondas de calor, de 118 bilhões de dólares, pelo aumento do nível do mar, e de 32 bilhões de dólares, pelos danos à infraestrutura, entre outros.

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“O aumento das temperaturas, o extremo calor, a seca, os incêndios florestais e os temporais vão gradualmente prejudicar a produtividade agrícola dos Estados Unidos”, diz o relatório. “São esperados desafios na saúde animal, declínios no volume e na qualidade das colheitas e mudanças em eventos extremos nos Estados Unidos e no exterior”, completou.

A produção do relatório de 2018 envolveu o trabalho de cientistas de 13 departamentos e agências federais americanas, segundo o jornal Washington Post. Segundo os autores, o aquecimento global “está transformando onde e como nós vivemos e apresenta desafios crescentes para a saúde humana e a qualidade de vida, a economia e o sistema natural”.

Os cientistas recomendam medidas agressivas, por parte do governo, na redução das emissões de gases do efeito estufa e no combate aos impactos do aquecimento global. O relatório aponta o aumento de 1,8 grau Fahrenheit já ocorrido na temperatura no território continental dos Estados Unidos em relação há 100 anos atrás, além do aumento de uma média de 23 centímetros.

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A cidade de Phoenix, no Arizona, enfrentou cerca de 80 dias por ano temperaturas acima de 37,8 graus Celsius. Mas até o final do século, deverá experimentar esse calor por 120 a 150 dias por ano.

Causou estranheza no Post e no Times o fato de o relatório ter sido divulgado nesta sexta-feira, um dia depois do principal feriado americano, o Dia de Ação de Graças. Boa parte dos americanos ainda está envolvida nas celebrações e nas promoções da Black Friday.

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