Moscou constrói hospital em um mês para receber pacientes de Covid-19
Instalação com mais 800 leitos desafoga sistema de saúde da capital russa; país lida com aumento de contaminações, que chegam a 50.000
Os 12 primeiros pacientes da Covid-19 chegaram nesta terça-feira, 21, a um novo hospital em Moscou construído em pouco para de um mês para atender às vítimas do coronavírus. O estabelecimento deve expandir a capacidade de internações da capital russa, desafiada pelo crescente número de casos de contaminação e pela sobrecarga ao sistema de saúde local.
A Rússia tem mais de 50.000 casos confirmados e pouco mais de 450 mortes provocadas pelo coronavírus. Moscou, com cerca de 12,5 milhões de habitantes, foi a área mais atingida pelo surto, registrando 29.433 casos e 233 mortes.
A construção do novo hospital começou em 12 de março, com o uso de materiais pré-fabricados, e foi inaugurado na sexta-feira 17. Seguiu o modelo da China, que ergueu instalações médicas do zero durante o pico do surto coronavírus no país, em tempo recorde, e fez até transmissões ao vivo das construções pela internet.
Quando a montagem começou, a Rússia ainda não havia relatado nenhuma morte relacionada ao vírus e tinha menos casos que muitos países da Europa Ocidental. Contudo, o contágio aumentou significativamente neste mês, e os hospitais da capital se viram diante da capacidade máxima de atendimento devido ao fluxo de pacientes. Atualmente, o país está entre os dez mais atingidos no mundo pela pandemia, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins.
A nova instalação tem 800 leitos, segundo o Departamento de Saúde de Moscou, e poder ampliada para 900. O prefeito da cidade, Sergei Sobyanin, acrescentou que o hospital empregará cerca de 1.000 profissionais de saúde, incluindo 250 médicos, 500 paramédicos e cerca de 250 enfermeiros e outros especialistas.
Sergei Perekhodov, médico chefe do hospital improvisado, disse que a instituição pode realizar 10.000 testes de coronavírus por dia e tem capacidade para tratar pacientes com insuficiência respiratória associada à Covid-19, a doença causada pelo vírus. Segundo a agência de notícias russa Tass, o hospital está equipado com unidades de terapia intensiva, equipamentos de oxigênio, enfermarias isoladas, salas de cirurgia e albergues para funcionários.
Moscou entrou na quarta semana de quarentena. Na semana passada, introduziu um sistema digital para controlar deslocamentos dos moradores pela cidade.
(Com Reuters)