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Mortes por Covid-19 no México são 60% maiores do que diziam dados oficiais

Novo relatório divulgado pelo Ministério da Saúde mexicano coloca o país como segundo com mais mortes ligadas à pandemia, à frente do Brasil

Por Da Redação Atualizado em 28 mar 2021, 20h06 - Publicado em 28 mar 2021, 17h27

O governo do México reconheceu no último sábado, 28, que o número de mortes por Covid-19 no país é cerca de 60% maior do que a cifra divulgada oficialmente até então, com base em certidões de óbito. Com a revisão, o país da América do Norte ultrapassa a marca de 321.000 vítimas e passa a ser o segundo com maior índice de mortes, à frente do Brasil (310.550) e atrás apenas dos Estados Unidos (549.229), segundo dados da Universidade Johns Hopkins (que ainda não contabilizou os novos dados do México).

Sem grande alarde, o Ministério da Saúde mexicano publicou um relatório no qual informou que, até o dia 14 de fevereiro, ocorreram 294.287 mortes ligadas à Covid-19 (61,4% a mais do que os 182.301 confirmados na ocasião). Desde então, mais 26.772 mortes foram confirmadas.

A discrepância nos números se deve ao fato de o país realizar poucos testes e ter diversos hospitais lotados, o que fez com que muitos mexicanos morressem em casa, sem realizar qualquer tipo de testagem. Por isso, o Ministério da Saúde decidiu examinar o “excesso de mortes” e revisar seus atestados de óbito, chegando ao novo número.

O novo relatório confirmou a letalidade da segunda onda no México. Até o fim de dezembro, o país tinha 220.000 mortes e, em apenas um mês e meio, 75.000 novos óbitos foram registrados. O número, aliás, pode ser ainda maior, já que o número total de “mortes em excesso” desde o início da pandemia foi de cerca de 417.000. O valor é determinado comparando-se as mortes em um determinado ano com aquelas que seriam esperadas com base nos dados de anos anteriores.

A revisão, portanto, coloca o México atrás apenas do vizinho Estados Unidos em número de mortes, com mais de 11.000 óbitos a mais que o Brasil, que tem uma população bem maior (211 milhões contra 127 milhões). Assim como o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, Andrés Manuel López Obrador, primeiro mandatário de esquerda da história do México, minimizou a importância da pandemia, evitou o uso de máscara e desrespeitou o distanciamento social em diversas ocasiões. Mesmo após ser infectado em janeiro, Obrador manteve posturas negacionistas.

 

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