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Morte do papa: quem são os favoritos do conclave?

Os 138 cardeais com até 80 anos devem escolher o próximo pontífice entre aliados e desafetos de Francisco

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 abr 2025, 09h16 - Publicado em 21 abr 2025, 08h44

O papa Francisco morreu na manhã desta segunda-feira, 21, anunciou o Vaticano, dias após receber alta de uma longa internação devido a uma infecção respiratória complexa. Ele tinha 88 anos.

Sua morte, depois de doze anos de pontificado, imediatamente acendeu perguntas sobre quem o sucederá como líder da Igreja Católica e de 1,4 bilhão de seguidores.

O conclave

O Colégio dos Cardeais, composto por clérigos católicos de alto escalão – muitos deles nomeados pelo próprio Francisco – elegerá o próximo papa. Para ser elegível, o candidato deve ser um católico romano batizado do sexo masculino, mas há séculos que os cardeais selecionam exclusivamente alguém de suas fileiras.

Atualmente, existem mais de 240 cardeais em todo o mundo. Só aqueles com menos de 80 anos têm voto no conclave. E embora o número de eleitores costume ser limitado a 120, atualmente há 138 deles, que elegem o próximo papa por meio de um processo secreto. Tradicionalmente, é necessária uma maioria de dois terços para eleger o novo papa, e a votação continua até que essa parcela seja atingida.

O processo costuma ocorrer duas ou três semanas após a morte do papa em exercício (permitindo um período de luto de nove dias e que cardeais de todo o mundo se desloquem ao Vaticano). O conclave de 2013, que elegeu Francisco, o primeiro pontífice da América do Sul, começou doze dias após a renúncia de seu antecessor, Bento XVI.

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Quem são os favoritos do conclave?

De todos os 138 cardeais elegíveis para votar no conclave, 110 foram nomeados pelo papa Francisco. Este grupo é notavelmente mais diverso do que os anteriores, com uma representação maior da Ásia, África e América Latina, espelho do objetivo do falecido papa de ampliar o alcance da Igreja. O mais jovem tem apenas 45 anos – um clérigo ucraniano radicado na Austrália.

Como resultado, existe a possibilidade de que, pela primeira vez em séculos, o próximo papa venha da África ou da Ásia, ou de outra região tradicionalmente sub-representada na liderança da Igreja.

Entre os cardeais africanos em discussão estão Peter Turkson, de Gana, ex-chefe do Pontifício Conselho Justiça e Paz, e Fridolin Ambongo Besungu, da República Democrática do Congo, arcebispo de Kinshasa. Ambos são conservadores convictos que têm sido defensores ativos da paz em seus respectivos países. Besungu já se desentendeu publicamente com Francisco, quando rejeitou um decreto que determinava que a Igreja deveria dar bênçãos a casais homossexuais, argumentando que isso “não pode ser implementado na África sem que (os cristãos) se exponham a escândalos”. Ele efetivamente declarou a doutrina nula e sem efeito no continente africano.

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Se Besungu – o mais jovem entre os favoritos – fosse eleito papa, sua liderança provavelmente forçaria uma reviravolta em grande parte do trabalho de Francisco.

Outro forte concorrente é o cardeal filipino Luis Tagle, ex-arcebispo de Manila. Assim como o falecido papa, Tagle enfatiza a justiça social e o cuidado com os pobres, motivo pelo qual foi apelidado “o Francisco asiático”. Ele vem criticando a postura “severa” da Igreja em relação a gays, divorciados e mães solteiras e, como sétimo cardeal das Filipinas, se tornaria o primeiro papa asiático se escolhido.

O cardeal húngaro Peter Erdo é visto como um dos principais candidatos conservadores e poderia servir de ponte para os cristãos orientais. Arcebispo de Esztergom-Budapeste, Erdo é um tradicionalista que defende a aproximação com os cristãos ortodoxos, enfatizando a “necessidade desesperada” de unidade entre as igrejas. Ele é conhecido por ser contra a participação de católicos divorciados ou recasados ​​na Sagrada Comunhão e fez algumas afirmações controversas, incluindo a comparação entre acolher refugiados e o tráfico de pessoas.

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Também na disputa está o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado da Santa Sé, cuja função diplomática o tornou bem conhecido por todos os cardeais. Ele mantém uma postura de meio-termo na maioria das questões políticas enfrentadas pela Igreja, mas seria visto como uma extensão do legado de Francisco.

Outros possíveis candidatos incluem o italiano Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha, e o maltês Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, cargo que o manteve em contato próximo com Francisco.

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