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Morre atleta olímpica da Uganda após ex-namorado atear fogo em seu corpo

Maratonista Rebecca Cheptegei morreu quatro dias após ataque, que deixou 75% de seu corpo queimado, por falência de múltiplos órgãos

Por Da Redação Atualizado em 5 set 2024, 10h28 - Publicado em 5 set 2024, 10h18

A maratonista Rebecca Cheptegei, que competiu na Olimpíada de Paris por Uganda, morreu nesta quinta-feira, 5, quatro dias depois de seu ex-namorado atear fogo em seu corpo. O agressor, identificado como Dickson Ndiema Marangach, invadiu a casa da atleta no domingo, 1º de setembro, jogou gasolina sobre ela e a queimou viva na frente das duas filhas, de 9 e 11 anos, segundo a polícia local. 

Mais de 75% do corpo da atleta de 33 anos ficou queimado. Ela foi levada para o Moi Teaching and Referral Hospital, na cidade de Eldoret, no Quênia, mas não resistiu. “Os ferimentos levaram à falência de múltiplos órgãos. Fizemos o possível, mas não conseguimos salvá-la”, disse Kimani Mbugua, diretor da UTI do Moi Teaching and Referral Hospital.

O boletim de ocorrência descreve Cheptegei e Marangach como “um casal que constantemente tinha discussões familiares”. De acordo com o pai da vítima, o ataque foi motivado por uma disputa sobre um terreno que ela havia comprado.

Donald Rukare, presidente do Comitê Olímpico de Uganda, lamentou a morte de Cheptegei em um post na rede social X, antigo Twitter, condenando a violência contra as mulheres. “Que sua alma gentil descanse em paz e condenamos fortemente essa violência”, disse ele. 

Violência contra a mulher

Cheptegei, que terminou na 44ª posição nos Jogos de Paris, é a terceira atleta morta no Quênia nos últimos anos. Em outubro de 2021, a queniana Agnes Tirop, de 25 anos, medalhista de bronze nos 10 mil metros nos Mundiais de 2017 e 2019, foi morta a facadas em sua casa na cidade de Iten. Seu marido, Emmanuel Ibrahim Rotich, é acusado do assassinato, mas nega ser culpado.

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Já em 2022, a corredora queniana Damaris Mutua foi encontrada morta, também em Iten. O principal suspeito do crime é seu companheiro.

“Esta tragédia é um lembrete gritante de que devemos fazer mais para combater a violência de gênero em nossa sociedade, que aumentou nos últimos anos nos círculos esportivos de elite”, disse o ministro de esportes do Quênia, Kipchumba Murkomen, que descreveu a morte de Cheptegei como uma perda “para toda a região”.

Cerca de 34% das mulheres entre 15 e 49 anos já foram vítimas de agressões físicas no país, muitas vezes por parte de seus próprios parceiros, de acordo com dados do governo.

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