Moeda unificada ‘traz estranheza, mas precisa ser testada’, diz Lula
O presidente brasileiro não especificou, contudo, se a moeda teria o mesmo estilo do euro ou se seria só um mecanismo de pagamento virtual
Após pronunciamento ao lado do líder da Argentina, Alberto Fernández, e de uma reunião bilateral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a criação de uma moeda unificada no Mercosul, proposta do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e preliminarmente chamada de “sur”.
“Brasil e Argentina já fizeram uma pequena experiência de fazer negócios com a moeda cada um do seu país. Se não me falha a memória, foi em 2008. Os argentinos poderiam comprar pagando em peso, e os brasileiros em real. Foi uma experiência muito tímida porque não era uma decisão impositiva, era optativo”, disse Lula.
Segundo ele, os ministros da Fazenda dos respectivos países, cada um com sua equipe, farão uma proposta de comércio exterior e de transações bilaterais usando uma moeda comum, a” ser construída com muito debate e muitas reuniões”.
“O novo sempre traz estranheza. Mas isso precisa ser testado”, afirmou.
“Se dependesse de mim, a gente teria comércio exterior sempre na moeda dos outros países, para que a gente não precise ficar dependendo do dólar. Então, por que não tentar criar uma moeda comum entre os países do Mercosul? Acho que com o tempo isso vai acontecer e é necessário que isso aconteça”, concluiu.
O presidente brasileiro não respondeu, contudo, a pergunta específica da coletiva: a moeda será no mesmo estilo do euro, como política monetária comum? Ou sistema de pagamentos com garantias, como um mecanismo de moeda virtual?