Minnesota investigará histórico de práticas discriminatórias da polícia
O governador Tim Walz prometeu usar todas as ferramentas que estejam ao seu dispor para 'desconstruir gerações de racismo sistêmico'

O governador de Minnesota, o democrata Tim Walz, anunciou nesta terça-feira, 2, que o Departamento de Direitos Humanos protocolou uma acusação de violação de direitos civis por parte da polícia estadual devido a morte de George Floyd, homem negro que foi asfixiado ao ter pescoço foi prensado contra o chão pelo joelho de um policial em 25 de maio. O episódio levou os Estados Unidos à maior onda de protestos desde 1968.
“O Departamento de Direitos Humanos de Minnesota entrou com uma ação de direitos civis contra a MPD (Departamento de Polícia de Minnesota) e irá investigar as políticas e procedimentos do departamento dos últimos dez anos para determinar se eles agem de forma sistematicamente discriminatória”, disse Walz.
O governador ainda afirmou que irá usar todas as ferramentas que tiver a sua disposição para “desconstruir gerações de racismo sistêmico” no estado. “Esse esforço é um dos muitos passos a serem seguidos para restabelecer a confiança nas comunidades que não são vistas e são ouvidas há muito tempo.”
Our Minnesota Department of Human Rights today filed a civil rights charge against the MPD. @mnhumanrights will investigate the department’s policies, procedures, and practices over the past 10 years to determine if they engaged in systemic discriminatory practices.
— Governor Tim Walz (@GovTimWalz) June 2, 2020
Floyd, de 46 anos, foi acusado de tentar comprar um maço de cigarro usando uma nota falsa de 20 dólares. Chamado ao local pela dona da loja, o policial Derek Chauvin deteve Floyd e prensou seu joelho contra o pescoço do ex-segurança por mais de oito minutos, durante os quais ele estava algemado e deitado no asfalto, e por quase três minutos após ele ter parado de responder, segundo uma autópsia independente.
A morte de Floyd causou comoção internacional. O presidente, Donald Trump, ameaçou usar o Exército contra os manifestantes que estavam nas ruas, fossem eles pacíficos ou não – cenas de saques e pilhagens tomaram as redes sociais.
Mas as demonstrações chegaram à Casa Branca, e cercado, Trump passou na noite entre domingo e segunda-feira 1 dentro de um bunker. Na tarde de segunda, após ameaçar mais uma vez os manifestantes, ordenou a dispersão do protesto pacífico nas redondezas da sede do governo para que pudesse ir até a Igreja de São João, onde todos os presidentes vão realizar suas orações desde o século XIX, e posar para uma foto com a Bíblia na mão. Segundo os funcionários da igreja, o presidente não rezou e logo foi embora.