Ministro somali é morto ao ser confundido com militante islâmico
Abbas Siraji, de 31 anos, era o ministro mais novo do governo da Somália e cresceu em um campo de refugiados
O ministro de Obras Públicas da Somália, Abbas Abdullahi Sheikh Siraji, morreu na noite de quarta-feira, após ser baleado por engano por guarda-costas do auditor-geral do governo. O político de 31 anos estava dentro de um carro em frente ao palácio presidencial em Mogadíscio, capital do país. De acordo com a rede BBC, fontes do governo informaram que ele foi confundido com um militante islâmico pelos seguranças.
Abbas era o ministro mais jovem do novo gabinete somali e cresceu em um campo de refugiados de Dadaab, no norte do Quênia. Por esse motivo, se transformou em um símbolo de esperança para os centenas de milhares de refugiados somalis que tiveram que fugir para países vizinhos por conta da violência e da falta de alimentação. Ele foi eleito deputado em novembro do ano passado e apontado como ministro em fevereiro, devido a sua vitória surpreendente.
O presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed “Farmajo”, anunciou que voltará mais cedo de uma viagem para Etiópia para comparecer hoje ao funeral do ministro. Ele ordenou a detenção dos responsáveis pelo incidente — quatro dos guardas já foram presos, segundo a imprensa local. “Cancelei minha visita para assistir ao enterro de meu ministro”, disse o presidente comovido, após tomar conhecimento do caso.
A preocupação com segurança na Somália é alta, especialmente por causa da atuação do grupo extremista Al Shabab, vinculado à Al Qaeda, em várias partes do país. O governo somali sofre para controlar conflitos internos desde a queda da ditadura militar de Siad Barre, em 1991.
(Com EFE)