Melania Trump: ‘As mulheres têm de apresentar provas concretas de estupro’
Em entrevista, primeira-dama diz ser 'a pessoa que mais sofre bullying no mundo’ e confessa não confiar em colaboradores do marido
A primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, defendeu que as mulheres vítimas de abusos sexuais apresentem “provas concretas” ao fazer suas denúncias. Em entrevista à emissora americana ABC News, gravada na semana passada no Quênia e exibida nesta quinta-feira, 11, ela espelhou a posição de seu marido, Donald Trump, e apoiou a aprovação, pelo Senado, da indicação do juiz Brett Kavanaugh para a Suprema Corte dos Estados Unidos,
“Eu apoio as mulheres, mas precisamos mostrar as evidências”, disse a primeira-dama. “Porque, às vezes, a imprensa vai longe demais e retrata algumas histórias que não estão corretas. Não está certo.”
A posição de Melania a distancia da campanha mundial #MeToo, em favor da prevenção de abusos e da denúncia de casos de estupro. Muitas de suas ativistas se manifestaram na semana passada em Washington enquanto o Senado americano deliberava sobre a indicação da Casa Branca para a Suprema Corte.
Kanavaugh foi aprovado, finalmente, graças à maioria republicana no Senado e à pressão da Casa Branca sobre essa bancada. O juiz foi acusado pela psicóloga Christine Blasey Ford de ter tentado estuprá-la em 1982, quando ambos eram adolescentes. Outras duas mulheres o acusaram publicamente. Kavanaugh já assumiu seu novo posto.
Em uma nova versão de “pobre menina rica”, Melania confessou ao jornalista Tom Llamas, que conduziu a entrevista, ser “a pessoa que mais sofre bullying no mundo”. Por esta razão, a terceira mulher de Donald Trump enxertou o tema do combate ao cyberbullying na agenda de sua campanha “Be Best” (seja melhor, em português), voltado ao bem-estar de mães e bebês.
Surpreso, o jornalista tentou extrair dela até onde chegaria seu sentimento de perseguição. Ela tentou lhe dar um exemplo. “Uma delas: se você realmente vir o que as pessoas dizem sobre mim”, disse ela, para em seguida revelar que não confia em alguns dos colaboradores de seu marido na Casa Branca.
Llamas ainda questionou a primeira-dama sobre sua capacidade de ajudar Donald Trump a avaliar quem são as pessoas mais confiáveis de seu governo. “Oh, eu gostaria muito (de poder ajudar)”, afirmou, rindo enigmaticamente.
Melania afirmou que deu “conselhos honestos” a Trump sobre essas pessoas e que alguns deles não fazem mais parte do governo americano. “É difícil governar”, afirmou. “Você sempre precisa tomar muito cuidado”, disse.
Melania começou seu tour pela África, na semana passada, por Gana. O objetivo da viagem foi levar seu programa social “Be Best”, de assistência a mães e crianças vulneráveis, e um lado mais humanitário da diplomacia americana ao país e outras três nações do continente.
A jornada africana de Melania envolveu uma parceria com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), que mantém programas de cooperação e assistência no continente. O “Be Best”, por sua vez, tem seus focos no bem-estar das mães e bebês, no combate ao uso abusivo de opioides e, como quis a primeira-dama, na luta contra o cybverbullying.